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Atlas de alterações na Bacia do Alto Tietê


Publicado pela Agência USP de Notícias 25/10/2005

(André Benevides)
Utilizando mapas antigos, fotografias e documentos de engenharia, projeto vai desenvolver cartografia retrospectiva e evolutiva da interferência humana na Bacia do Alto Tietê, onde se situa boa parte da Região Metropolitana da Grande São Paulo.

Uma espécie de atlas com o histórico das alterações geomorfológicas da Bacia do Alto Tietê, onde se localiza boa parte da Região Metropolitana da Grande São Paulo, será um dos principais resultados de uma linha de pesquisa conduzida na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. "A idéia é desenvolver uma cartografia retrospectiva e evolutiva da interferência humana nesta região, até chegar aos dias de hoje", explica a coordenadora do projeto, Cleide Rodrigues, do Departamento de Geografia.

Segundo Cleide, o aspecto social desta linha de pesquisa, inaugurada pelo professor Aziz Ab`Saber em seu doutorado, é muito importante, pois nos dá consciência da capacidade do ser humano em modificar o ambiente. "É preciso aprender com os erros e ter comprovações de que certas intervenções resultam em ambientes complexos indesejáveis." Não é difícil encontrar exemplos de espaços deteriorados na Grande São Paulo, como a represa Billings e os próprios rios Pinheiros e Tietê.

Neste sentido, o atlas cumpriria uma importante função educacional. "Isso tem uma grande valor no ensino da geografia, principalmente para o ensino médio e fundamental." A previsão é que os estudos, que englobam diversos pesquisadores, entre geomorfólogos, geógrafos e alunos de pós-graduação, sejam finalizados em cerca de três anos e meio. "Da primeira parte, que seria o mapeamento do sistema fluvial da Bacia do Alto Tietê, já temos 40%. O passo seguinte é a fotointerpretação, descrever e reconstruir em mapas precisos estes ambientes em diversos períodos."

Além dos mapas, diversas outras informações serão geradas, principalmente na forma de tabelas, auxiliando bastante no entendimento da atual situação e no planejamento de novas intervenções. A intenção é de produzir, pela cartografia, uma avaliação de quais foram as principais épocas e agentes que modificaram o cenário. "Temos dados de quanto foi a ocupação das regiões, em área, ao longo do tempo. Também podemos associar estas informações com o número de habitantes, por exemplo."

A professora revela que, para realizar esta pesquisa, foi necessária a consulta a diversos documentos antigos, além de mapas e fotos. Desde relatórios de projetos e cartas de engenharia, foram coletadas informações de instituições como a Secretaria de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp), o Departamentos de Águas e Energia Elétrica (Daee), a Unidade de Gerenciamento dos Recursos Hídricos (UGRH) do Alto Tietê e até mesmo da extinta Light, substituída posteriormente pela Eletropaulo.

Intervenções
Quando o geógrafo Aziz Ab'Saber produziu seu doutorado, Geomorfologia do sítio urbano de São Paulo (1957), a Bacia do Alto Tietê já havia sido consideravelmente alterada, com obras como a retificação do Tamanduateí, de trechos do Pinheiros e do Tietê. A julgar pelos problemas enfrentados nos dias de hoje, tais intervenções não foram tão bem sucedidas. "O descontrole na urbanização, derivada da falta de planejamento no longo prazo, foi um dos fatores que mais influenciou." Por outro lado, Cleide credita a interesses de empresas e de gestões partidárias, "de curto prazo", uma boa parcela da responsabilidade.

Atualmente, o que se pode fazer é tentar remediar a situação herdada por nós, ampliando a capacidade dos principais canais, aumentando a arborização do sistema e dando um destino correto aos resíduos sólidos do esgoto. Apesar de obras como o aprofundamento e ampliação da calha dos rios Tietê e Pinheiros serem consideradas por ela como boas escolhas, "em termos de vazão de pico, estas intervenções já estão ultrapassadas". A conclusão dela é taxativa: "Ou fazemos isso ou teremos de aprender a conviver com eventos catastróficos e diversas situações de risco".

http://www.usp.br/agen/repgs/2005/pags/241.htm

Agência USP

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