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Yves de La Taille fala sobre educação


Publicado pelo Aprendiz 01/11/2005

(Vanessa S. Nakasato)
Francês, criado no Brasil, Yves de La Taille é um dos psicólogos mais respeitados do país. Professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo na cadeira de Desenvolvimento Moral, La Taille faz pesquisas nessa área desde a década de 80. Recentemente, publicou o livro \"Nos Labirintos da Moral\", com o filósofo Mario Sergio Cortella. Também é autor de \"Limites: três dimensões educacionais\". Em entrevista ao site Aprendiz, ele fala sobre moral, ética, mídia, PT e os problemas da educação brasileira.
Aprendiz - Por que as pessoas estão preocupadas com a ética e com a moral neste momento?
La Taille - Se você definir a moral como um conjunto de regra, normas e princípios que devem ser seguidos fica meio óbvio perceber que, notadamente, em áreas públicas, ou no futebol, ela não tem sido seguida. E essa preocupação é uma preocupação pela falta, um mal-estar, uma falta à obediência às regras mínimas de convívio. Do ponto de vista da ética, que eu defino como perspectiva de uma vida boa, um projeto de felicidade, acho que as pessoas estão meio perdidas, não sabendo muito bem porque acordam de manhã e dormem à noite. Não têm muitos projetos, vivem muito no dia-a-dia uma vida fragmentada que só vale o momento, sem muita relação com a anterior nem relação com o próximo. É uma melancolia em relação à vida, tanto que uma das doenças que está mais presente hoje em dia, e que preocupa até a saúde pública, é a depressão.
Aprendiz - Essa crise ética sempre existiu ou é algo recente?
La Taille - A ética e a moral sempre foram terrenos muito sensíveis. Se você pegar na literatura sempre terá pessoas que reclamarão do comportamento moral dos seus colegas contemporâneos. Mas há épocas ou dias que as coisas se tornam mais graves e mais presentes. Acho que a ética de hoje é uma delas.
Aprendiz - Por que se fala em levar a discussão da ética e da moral para as escolas? Ela já não deveria estar presente no âmbito escolar independentemente de escândalos políticos, por exemplo?
La Taille - No caso da escola, houve durante muito tempo a clareza curricular de que as escolas deveriam trabalhar moral e ética. Tivemos como a experiência a Educação Moral e Cívica durante a ditadura militar e, por mais que se possa criticar essa proposta, era um discurso claro que isso era trabalho da escola. E sempre foi trabalho da escola. Primeiro, o que aconteceu, no mundo ocidental inteiro, não apenas no Brasil, é que pouco a pouco ela foi cooptada pela indústria, pelo comércio, pelo capital para essencialmente formar mão-de-obra. Então, os conhecimentos se tornaram principais, exclusivos. E, a escola se preocupar com a formação do cidadão é um preceito constitucional. A segunda coisa: falar disso nas escolas é, também, uma resposta de muitos professores que estão descontentes com o status que eles têm, com o comportamento dos alunos, a agressão entre eles e entre estudantes e professores. A escola tem duas razões para ser um lugar preocupado com isso, porque ela sofre com isso - ou pensa que sofre pelo menos, e o alunos também, com as agressões entre eles próprios - e com uma missão histórica da escola que é de formar o cidadão e não apenas um competente matemático. E isso diria que serve também para a faculdade. O que é pior para a sociedade? Um excelente engenheiro sem moral e sem ética ou um engenheiro razoável, mas moral e ético? O que é mais perigoso? O mau engenheiro ou uma pessoa sem ética? Acho que uma pessoa sem ética. Nesses dois sentidos a escola esta concernida, porque ela sofre o teu problema e porque ela forma jovens. A rigor, se tanta coisa acontece hoje com a sociedade, falcatrua aqui, falcatrua lá, esses adultos com filhos, que foram alunos, se eles são analfabetos moral e eticamente alguém falhou na alfabetização. Isso não vem nem de Deus nem da genética.
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