Bióloga vence Prêmio Jovem Cientista |
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Publicado pelo Jornal O Globo11/11/2005 |
Um veneno que pode virar remédio. Ao estudar as propriedades de uma lagarta conhecida como taturana, a bióloga Ana Beatriz Gorini da Veiga descobriu o caminho para futuros remédios contra a trombose e a arteriosclerose. O trabalho resultou numa tese de doutorado e fez de Ana Beatriz, ontem, a vencedora do 21 Prêmio Jovem Cientista, na categoria graduado. Outras duas mulheres venceram nas categorias para estudantes. Concorreram 1.377 trabalhos. O tema este ano era “Sangue: fluido da vida”.
A entrega do prêmio reuniu ontem estudantes e cientistas no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O jornalista da TV Globo Heraldo Pereira mediou uma mesa-redonda com os premiados e pesquisadores da área. A iniciativa é do CNPq, Grupo Gerdau, Eletrobrás/Procel e da Fundação Roberto Marinho.
Aos 29 anos, Ana Beatriz não se encaixa em estereótipos. Formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ela corre maratonas e surfa. Vai à praia com o laptop a tiracolo e está acostumada a ler estudos científicos na areia. Sua pesquisa analisou as moléculas do veneno da taturana, uma lagarta típica do sul do país que, em contato com a pele, pode matar pela ação de substâncias anticoagulantes.
O presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Guimarães, foi o orientador da tese de Ana Beatriz. Ele elogiou o Prêmio Jovem Cientista:
— É essencial para identificar e reconhecer o trabalho desta juventude que busca na atividade científica a sua realização pessoal.
Nas palavras da diretora-presidente do Instituto de Pesquisa com Célula-Tronco, Patrícia Pranke, que fez parte do júri:
— Vi a mobilização destes jovens. É isso o que a gente procura: pessoas brilhantes e dispostas a trabalhar.
Pesquisa com célula-tronco também é premiada
Na categoria de estudante do ensino superior, a universitária Amanda Meskauskas, de 22 anos, ficou em primeiro lugar com sua participação num grupo de pesquisa do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein sobre células-tronco presentes no cordão umbilical. Ela estuda biologia na Universidade Santo Amaro, em São Paulo, e acredita que os resultados do estudo poderão beneficiar pacientes daqui a dez anos. O objetivo é aumentar o leque de pessoas que podem ser beneficiadas pelo transplante de células-tronco em vez do tradicional transplante de medula-óssea.
— É impressionante como um prêmio mobiliza a universidade. Se existissem mais oportunidades como esta, haveria uma mobilização ainda maior — disse o reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge.
A Unicamp recebeu o prêmio de mérito institucional, pelo número de trabalhos de qualidade inscritos. Na categoria de ensino médio, a vencedora foi a estudante secundarista Natália Évelin Martins, de 16 anos. Aluna de uma escola pública em Minas Gerais, ela descobriu um método mais eficaz de diagnosticar o mal de Chagas. O resultado prático poderá baratear os exames para detectar a doença.
http://oglobo.globo.com/jornal/ciencia/189121023.asp
O Globo
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