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Alerta para crescimento da Aids na América Latina


Publicado pelo Globo Online 22/11/2005

Diretor de Iniciativas Globais do Programa de Aids das Nações Unidas (Unaids), Luiz Loures chama atenção para o aumento do número de casos na América Latina (200 mil no último ano contra uma média histórica de 150 mil). Segundo ele, isso está ocorrendo em razão dos poucos programas de prevenção e da violência sexual contra mulheres.

O GLOBO: Os novos números mostram um aumento dos casos na América Latina e na Europa Oriental. Como o senhor analisa essa tendência?

LUIZ LOURES: O número de soropositivos passou dos 40 milhões. A epidemia cresce em diversas frentes e em todas as regiões. Na Europa do Leste, com 1,6 milhão de casos, consolida-se o que já sabíamos: que a epidemia está instalada. A velocidade de crescimento ali é absurdamente alta: 20 vezes nos últimos dez anos. E praticamente não existem programas de prevenção. Outra frente são os países de grande população na Ásia, como Índia e Indonésia.

O GLOBO: Mas o grande alerta de 2005 para mim é o crescimento na América Latina. Foi o ano em que se registrou o maior aumento na região: 200 mil novos casos contra uma média de 150 mil, no máximo 170 mil por ano. A que os senhores estão atribuindo esse crescimento na América Latina?

LOURES: Sobretudo à falta de prevenção e aos tabus. Não existe prevenção de forma consolidada (o Brasil é um caso a parte, estou falando da América Latina de língua espanhola). O tratamento avançou muito, mas os países deixaram de lado a prevenção. É um paradoxo. Mais de 80% das verbas vão para tratamento e o que vai para prevenção não se destina aos grupos marginais, mas sim a campanhas gerais. Que são legais, claro, mas é preciso lidar com os grupos mais afetados.

Só que a discriminação tem um peso maior. Os tabus são outro problema. Em muitos países celebram como grande avanço falar de preservativo num pôster. Ora, estamos com mais de 20 anos de epidemia. Isso devia estar sendo falado nas escolas.

O GLOBO: Qual o papel da Igreja Católica nessa equação?

LOURES: É inegável que existe uma discussão na América Latina que tende a colocar a moral acima do direito à vida. Mas é uma questão institucional, não só da Igreja, mas de diversas instituições e dos próprios governos. É preciso que se crie um novo pacto social para lidar com isso.

O GLOBO: A questão do gênero é relevante na região?

LOURES: Claro. A América Latina tem uma das maiores taxas do mundo de iniciação sexual forçada do mundo, o que também contribui para o crescimento da epidemia. A relação de gênero na América Latina é absurda. Há muita violência e sexo forçado. Como as mulheres vão negociar o sexo seguro? Para se ter uma idéia, nos EUA, o crescimento da doença é maior entre as mulheres hispânicas. Ora, há um problema aí, e não é a língua.

http://oglobo.globo.com/online/ciencia/189257398.asp

Globo Online

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