Publicado pelo Aprendiz 13/12/2005

(Rodrigo Zavala)
Durante as acirradas discussões dos delegados nos grupos de trabalho para as políticas ambientais dos próximos anos, não faltou espaço para falar sobre a II Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente. Trata-se de um evento paralelo, agendado para março de 2006, com o tema "Vivendo a diversidade na escola".

A idéia é popularizar o debate sobre os acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário dentro das instituições de ensino públicas e privadas. O trabalho, inédito no mundo, pretende assim envolver escolas de ensino fundamental e promover ações afirmativas com comunidades indígenas, quilombolas, assentamentos rurais, além de crianças em situação de rua.

O ponto de partida desse trabalho, encabeçado por Raquel Trajber da Coordenação Geral de Educação Ambiental do Ministério de Educação (COEA/MEC), se deu em 2003. Nesse ano, atingiu mais de cinco milhões de pessoas em 16 mil escolas com o projeto "Cuidar do Brasil".

Segundo a coordenadora, a conferência na escola é um exemplo de práxis em educação, quando o aprender a aprender e o aprender fazendo estão juntos, integrando conceitos e conteúdos políticos, pedagógicos, científicos, ambientais e sociais. "Isso incentiva um processo de aprendizagem com consciência crítica permanente, baseada no respeito a todas as formas de vida e a todos os povos do planeta", acredita Trajber.

As metas para o trabalho são gananciosas. Espera-se envolver as 56.707 escolas do país do segundo segmento do Ensino Fundamental (5a a 8a séries), realizando mini-conferencias em 20 mil delas. Além disso, espera integrar a idéia em 10% das comunidades indígenas, quilombolas, de assentamentos rurais e meninos e meninas em situação de rua.

Com temas como mudanças climáticas, biodiversidade, segurança alimentar e nutricional e diversidade étnico-racial, a conferência reúne crianças, adolescentes, professores, diretores e comunidade. Todos eles, escolhidos a partir de votações diretas para representantes. Em 2003, esse número foi de 700 delegados mirins. Espera-se que em 2006 esse número duplique.

A II Conferência Nacional Infanto-Juvenil terá como resultado final a Carta de Responsabilidades que, transformada em linguagem de rádio, hip-hop, jornal e multimídia, apresentará o compromisso dos jovens com a promoção de um Brasil Sustentável. "Já imaginou quanta riqueza se grupos de estudantes pesquisarem esses temas, montarem apresentações e, no dia da Conferência. Convidarem pais, vizinhos, funcionários, professores para debaterem e elegerem juntos a responsabilidade, a ação, o cartaz e o delegado ou a delegada?", questiona Raquel Trajber.

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