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Quarta-Feira , 30 de Abril de 2025
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Fé em deus está nos genes, diz cientista americano


Publicado pela Folha Online

O geneticista norte-americano Dean Hamer, 54, parece ter uma predisposição inata à polêmica. Em 1993, afirmou ter descoberto um trecho do DNA, que batizou Xq28, supostamente responsável pela homossexualidade masculina. A descoberta lançou à fama e depois ao escárnio --quando outros cientistas falharam em replicá-la-- o campo da genética comportamental, do qual é pioneiro.

Agora Hamer volta à carga, metendo a mão numa cumbuca literalmente sagrada. Seu último livro, recém-lançado no Brasil, se chama "O Gene de Deus" (Ed. Mercuryo). E, sim, tenta sustentar que a crença no criador também é geneticamente determinada.

Antecipando as críticas --que vieram assim mesmo, quando o livro saiu nos EUA, no ano passado--, Hamer diz logo que não se trata de "o" gene, mas de "um gene entre vários". E, ah, não é exatamente deus, mas uma predisposição à crença, que ele chama de "espiritualidade".

O tal gene, isolado por Hamer e sua equipe no Instituto Nacional do Câncer, nos EUA, é identificado pela sigla vmat2. Ele estaria envolvido no transporte de uma classe de mensageiros químicos do cérebro conhecidos como monoaminas, do qual o mais famoso é a serotonina, a molécula do bem-estar. O ecstasy, o Prozac e outras drogas influenciam o humor alterando os níveis de serotonina no sistema nervoso.

As evidências de seu envolvimento com a espiritualidade vêm de análises genéticas conduzidas pelo grupo de Hamer em vários conjuntos de pacientes, mas que começaram com um grupo de tabagistas. A associação foi feita com o auxílio de um teste psicométrico --baseado em um questionário-- elaborado pelo também americano Robert Cloninger para aferir a chamada "autotranscendência", ou a tendência ao pensamento místico. Não confundir, no entanto, espiritualidade com religião, que o geneticista diz ver como um dos maiores "perigos" para a humanidade.

Hamer admite que as evidências são incipientes, mas, em entrevista à Folha, defende a teoria do gene divino. Leia a entrevista.

Folha - O biólogo Richard Dawkins disse dos genes: "eles nos criaram, corpo e mente". Eles criaram deus também?

Dean Hamer - Eu não posso determinar se deus é uma criação dos nossos genes ou se deus criou nossos genes para que ele pudesse ser reconhecido. Porque a biologia não pode determinar causalidade. O que podemos dizer é que nós temos genes que facilitam que pensemos em deus ou que imaginemos que exista um deus.

Folha - No seu livro "O Gene de Deus" o sr. tenta fazer uma distinção entre religião e espiritualidade. Pode explicar isso?

Hamer - É uma distinção muito importante. A espiritualidade diz respeito aos sentimentos interiores das pessoas. E a religião é um conjunto organizado de regras e regulações. A espiritualidade é como as pessoas se sentem sobre deus ou qualquer que seja o criador, enquanto a religião é especificamente sobre quem é esse deus e como ele age.

Folha - Então um título mais adequado para o livro seria "o gene da fé", não "o gene de deus"?

Hamer - Um título mais apropriado seria "um gene entre vários que está envolvido na fé". Mas isso não dá um título muito bom (risos).

Folha - Há casos em que pessoas que têm pontuação alta na escala de autotranscendência se tornam mais tarde céticas linha-dura?

Hamer - Provavelmente (risos). De fato, é uma boa questão, porque a escala é multifacetada, e você pode ter alta pontuação em alguns aspectos e baixa pontuação em outros. Eu, por exemplo, tenho alta pontuação no item do auto-esquecimento, em me perder em algo que estou fazendo e me desligar do resto, mas baixa pontuação em aspectos mais tradicionalmente associados à religiosidade. Por exemplo, não acho que existam coisas que a ciência não possa explicar.

Folha - E o que controla a freqüência desse gene na população?

Hamer - Ai, meu deus (risos)...

Folha - Porque, se estamos falando de monoaminas, seria de esperar que o "alelo de deus" fosse se espalhar rapidamente.

Hamer - Sim, talvez ele esteja se espalhando muito rapidamente, mas nós não sabemos muito sobre a evolução desse gene. Não posso di

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u14086.shtml

Folha Online

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