Publicado pelo Aprendiz 13/01/2006

(Karina Costa)
Pelo menos 3% das adolescentes sexualmente ativas apresentam lesões que têm probabilidade de se tornarem câncer de colo uterino. A conclusão está na dissertação de mestrado da médica Denise Monteiro, que fez a pesquisa junto a 702 adolescentes, com idade entre 12 e 19 anos, atendidas pelo Ambulatório de Ginecologia para Adolescentes do Hospital Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.

"A importância da dissertação que apresentei está no fato de termos verificado a lesão em idade precoce, o que nos permite sugerir a inclusão das adolescentes sexualmente ativas no Programa Nacional de Rastreamento do Câncer do Colo Uterino (Programa Viva Mulher) visando diagnóstico e tratamento precoce, evitando o desenvolvimento de lesões neoplásicas em adultas jovens," explica a médica.

Segundo ela, o programa atende mulheres entre 25 a 59 anos em toda a rede básica de saúde do município do Rio. Os exames de papanicolau ou preventivo são oferecidos gratuitamente. "A minha sugestão é que haja ampliação da idade de atendimento em função da iniciação sexual estar atualmente mais precoce, em média aos 15 anos," recomenda.

Dados da Estimativa 2006 - Incidência de Câncer no Brasil, publicação do Instituto Nacional do Câncer (INCA), indicam que o câncer de colo uterino é a quarta causa de morte pela doença entre as mulheres no Brasil. Para realizar o estudo, a médica considerou características sócio-demográficas relacionadas à saúde reprodutiva, hábitos e comportamento sexual das meninas.

Em São Paulo, uma iniciativa da Divisão de Clínica Ginecológica do Hospital das Clínicas conseguiu diminuir as filas cirúrgicas. Implantado há seis meses, o mutirão que realiza atendimento aos sábados chegou a zerar o número de pacientes a espera de uma vaga para operar. O mutirão da mama, por exemplo, foi suspenso em outubro e só deverá ser retomado quando houver nova fila de espera. Além de operar as pessoas com câncer, o mutirão realiza também outros tipos de cirurgia. Mais informações podem ser obtidas pelo site: http://www.hcnet.usp.br/ichc/gineco/index.htm#A

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