Publicado pelo O Estado de S.Paulo 20/01/2006

(Roberta Pennafort )
Vinte e quatro obras de arte do século 19 que haviam sido roubadas do acervo da Biblioteca Nacional, no Rio, no ano passado, foram encontradas. Dezoito fotografias foram localizadas graças a investigações conduzidas pela Procuradoria da República e seis desenhos entregues ao Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) em São Paulo por um homem que as havia comprado. Ainda há mais de 900 obras desaparecidas.
A identificação dos desenhos, um do alemão Johann Moritz Rugendas e cinco do brasileiro José Wasth Rodrigues, foi feita por um especialista em História da Arte, freqüentador da biblioteca, que verificaria se o material era valioso.
O homem que comprou as peças ficou assustado ao saber que estava com produtos roubados e procurou o Iphan, na capital paulista. Ele contou que tinha comprado os desenhos por uma "bagatela", de uma pessoa que, por sua vez, os havia adquirido de uma insuspeita senhora de 84 anos. O desenho de Rugendas Cascatinha da Tijuca, de 1835, tem valor estimado de R$ 180 mil; os de Rodrigues, R$ 8 mil cada um.
As fotografias, de Marc Ferrez e de August Stahl, foram recuperadas pela procuradoria. Estavam com colecionadores. As obras, que fazem parte do setor de iconografia da biblioteca, foram encontradas de dezembro para cá. O selo da biblioteca que estava no verso delas havia sido retirado.
O Centro de Referência e Difusão da biblioteca foi reaberto neste mês, com reforço na segurança. Câmeras novas serão instaladas - as antigas não filmaram a ação do ladrão, que aproveitou a greve dos servidores federais, entre abril e julho do ano passado, para saquear a sala.

http://txt.estado.com.br/editorias/2006/01/20/ger005.html

O Estado de S.Paulo

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