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Em que idade o filho deve ser alfabetizado?


Publicado pelo O Estado de S.Paulo 23/01/2006

(Ricardo Westin)
Com apenas 4 anos de idade, a brasiliense Camila Figueiró Dias aprendeu a ler e escrever. Bastaram os primeiros contatos com as letras no jardim de infância para que ela, por conta própria, corresse atrás do resto. Hoje, com 5 anos, a pequena consegue até acompanhar filme legendado na TV. “Ela é terrível”, diverte-se o pai, Renato Dias.
Enquanto a família de Camila se envaidecia, os casais conhecidos se preocupavam. Seus filhos, com a mesma idade, ainda estavam longe de esboçar qualquer intimidade com a leitura e a escrita. Para especialistas, porém, isso não é motivo para preocupação. Na alfabetização, cada criança tem seu próprio ritmo.
Segundo o neuropediatra e professor da Universidade de Brasília (UnB) Carlos Nogueira Aucélio, a faixa de tempo da alfabetização é ampla, dos 4 aos 7 anos. “Depende do desenvolvimento cerebral. Antes da alfabetização, o cérebro tem de passar por diversas fases. Uma delas é a aquisição das noções de espaço e tempo. Outra é a coordenação motora fina, como fazer bem o movimento de pinça com os dedos.”
Mas nem tudo depende só da criança. Ela pode ser incentivada a se interessar pela leitura e pela escrita. “O meio social e educacional influencia”, diz Maria Regina Maluf, professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) especializada em Psicologia do Desenvolvimento e da Educação.
De acordo com ela, os pais devem desde cedo dar livros infantis para os filhos, oferecer lápis e papel para que rabisquem e ler histórias antes de dormir, por exemplo. “É ler história. Não é contar, o que é diferente. Quando o pai lê uma história com um livro, o filho fica curioso para saber o que aqueles riscos no papel significam”, afirma.
Nas escolas particulares, é comum que as crianças cheguem à 1ª série, aos 7 anos, já alfabetizadas. Nas escolas públicas, elas muitas vezes só vão aprender a ler e escrever com essa idade. Essa diferença, em primeiro lugar, ocorre porque as crianças mais pobres normalmente não têm a oportunidade de passar pelo jardim de infância ou pela pré-escola. Quando passam, o contato com as letras nem sempre é prazeroso.
O segundo motivo para a alfabetização só ocorrer na 1ª série está em casa. A pobreza na maioria das vezes está ligada à baixa escolaridade. Se os pais não se interessam pela leitura, é de se esperar que não encorajem os filhos no bê-á-bá. “Tudo depende da sensibilização”, diz a professora Maria Rita. “Essa sensibilização inicial fará diferença em toda a vida escolar.”
Os especialistas também chamam a atenção para o fato de que o interesse pelas letras deve partir da própria criança. Aos pais e ao jardim de infância cabe apenas estimular, sem forçar os pequenos a aprender logo a ler ou escrever. “Tem de ser natural”, afirma o neuropediatra Aucélio, acostumado a atender pais preocupados com o filho que ainda não lê aos 6 anos. “Se a criança é forçada, ela pode se sentir cobrada demais e ter problemas emocionais, de auto-estima. Pode até ficar com medo da escola, ter horror aos estudos.”

http://txt.estado.com.br/editorias/2006/01/23/ger006.html

O Estado de S.Paulo

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