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Uma visão global nas Universidades


Publicado pelo UniversiaBrasil 31/01/2006

(Camila Antunes)
Antes um mercado cativo das instituições públicas e de investidores brasileiros, a educação superior começou a atrair estrangeiros. Um dos maiores grupos internacionais de ensino, o americano Laureate, fechou recentemente um inédito negócio no Brasil. O Laureate já tem vinte universidades espalhadas por Ásia, Europa e países da América Latina, como o Peru e o Chile. Agora, ele passou a ter o controle da Universidade Anhembi Morumbi, uma instituição de 25.000 alunos, em São Paulo. É a primeira vez que um grupo estrangeiro tem o comando sobre a administração e a vida acadêmica de uma universidade brasileira. O negócio chama atenção pelas cifras (o Laureate desembolsou 160 milhões de reais) e pelo fato de expor o Brasil ao competitivo mundo das universidades americanas e européias. Um efeito positivo imediatamente discernível com a chegada desses grupos é o aumento da qualidade trazida pelo acirramento da competição entre as escolas. Como precisam se viabilizar no mercado, as universidades tendem a profissionalizar a gestão, melhorar a infra-estrutura e oferecer currículos mais afinados com as demandas do mercado de trabalho de cada país. Para sobreviverem à concorrência imposta pelos grupos estrangeiros, as universidades são obrigadas a se tornar administrativamente mais eficientes e didaticamente melhores, diz o americano John Meyer, doutor em educação na Universidade Stanford.

No momento em que o grau de abertura externa da economia brasileira (soma das exportações e importações em proporção ao produto interno bruto) chega a 30%, é natural e saudável ter no país escolas superiores de qualidade internacional. Essas escolas globalizadas encaram as transformações de modo mais pragmático e menos ideológico, facilitando a vida dos estudantes depois de formados. Língua estrangeira é disciplina obrigatória e os currículos são mais rapidamente adaptados às demandas reais de mão-de-obra nos mercados globais. Em 1999, os europeus assinaram a Declaração de Bolonha, acordo segundo o qual se comprometiam a uniformizar a estrutura de seus cursos universitários. O objetivo era aumentar as chances de cidadãos europeus arranjarem emprego em outros países da União Européia, o que já era assegurado por lei. As novas redes universitárias foram ainda mais longe num certo ponto: algumas delas, como a própria Laureate, já dão aos universitários a possibilidade de obter diplomas válidos em dois países. Para isso, o estudante deve fazer uma parte do curso em outro país. Não é garantia de emprego no exterior, uma vez que é preciso submeter-se às leis trabalhistas locais, mas é uma formação que reflete a realidade do mundo empresarial. É o primeiro passo para a globalização do ensino e do mercado de trabalho, resume o ex-ministro Paulo Renato Souza.

A internacionalização do ensino superior teve início na década de 90, motivada por um outro fenômeno. Algumas das melhores universidades do mundo, entre elas Harvard, Chicago e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), começaram a exportar seus cursos de MBA para atender à demanda de formação de executivos em países emergentes. O que ocorre agora é diferente por duas razões: exportam-se cursos universitários de graduação e não são as instituições de elite que encabeçam os novos investimentos, mas, sim, grupos que têm capital aberto na bolsa de valores e os olhos voltados para o mercado. Embora as redes universitárias não representem a nata das instituições estrangeiras, os especialistas afirmam que elas mantêm, na média, bom padrão de ensino. Elas não são comparáveis às melhores universidades do mundo, mas estão longe de virar um McDonalds da educação, em que impera a baixa qualidade, diz John Meyer, da Universidade Stanford.

Para esses grupos, o mercado das nações emergentes é atraente por vários motivos. Um deles é que, em países como a China e a Índia, a renda da população aumentou muito, o que fez crescer o número de pessoas aptas a pagar mensalidades. Outra justificativa para o apetite dos estrangeiros em relação aos países em desenvolvimento é o fato de eles

http://www.universia.com.br/noticia/materia_clipping.jsp?not=28853

Revista Veja

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