Incentivo à doação de órgão |
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Publicado pelo Governo do Estado de SP 03/02/2006 |
(Luiz Augusto Pereira)
A maneira que as pessoas encaram a morte varia conforme cada nação, cultura, hábitos, costumes e religiões predominantes. O luto pelo falecimento de entes próximos é uma característica marcante de uma maneira geral, e no Brasil particularmente.
É natural que assim seja, sobretudo quando a morte chega de repente, sem aviso prévio, fruto de um acidente, uma fatalidade, atingindo homens e mulheres ainda jovens, saudáveis.
São justamente os óbitos com esse perfil, entretanto, que geram notificações de potenciais doadores de órgãos. Isso porque rins, fígado, pâncreas, coração e pulmões só podem ser aproveitados para transplante nos casos de morte encefálica. A parada cardíaca do paciente encerra essa possibilidade.
A equação que pode ter como resultado um transplante bem-sucedido é, portanto, mais complexa do que se comumente imagina. Depende de uma conjunção de fatores que começa com o diagnóstico de uma morte encefálica, a rápida notificação do potencial doador, manutenção do potencial doador, compatibilidade com os receptores e o trabalho de esclarecimento sobre a doação de parentes que acabaram de perder um ente de forma invariavelmente súbita. A exceção são os transplantes intervivos, em geral apenas para pulmão, rins e fígado.
Em que pesem as dificuldades, o Brasil avançou significativamente nessa área, com a criação do Sistema Nacional de Transplantes, em 1997, que reorganizou os processos de doação de órgãos. Hoje, para se ter uma idéia, 88% dos transplantes do País são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de forma gratuita, beneficiando a população mais carente.
Desde então, São Paulo orgulha-se de ser o Estado brasileiro que mais transplanta órgãos, cerca de 40% do total brasileiro. O trabalho sério realizado pela Secretaria de Estado da Saúde, por intermédio da Central de Transplantes, aliado ao constante treinamento das equipes de captação, e as campanhas de conscientização têm garantido resultados expressivos ao longo dos últimos 9 anos.
Em 2005, o Estado bateu recorde no número de transplantes de córneas, que são consideradas tecidos. Foram 4.624 cirurgias, aumento de 35,8% em relação às 3.404 registradas no ano anterior. A fila estadual de pacientes esperando por uma córnea registrou queda acentuada e inédita no mesmo período, passando de 5 mil em janeiro de 2004 para 4 mil no início deste ano.
Já os transplantes de órgãos tiveram o seu segundo melhor ano em 2005. De janeiro a dezembro foram realizados 1.074 transplantes de órgãos, número inferior apenas a 2004, com 1.330 cirurgias, mas acima de todos os outros anos desde julho de 1997, quando a Central de Transplantes do Estado de São Paulo foi criada. Em 2003, foram 1.059 transplantes, ante 913 em 2002, 938 em 2001, 887 em 2000, 719 em 1999 e 594 em 1998, primeira vez em que o número de operações dessa natureza foi contabilizado durante o ano todo.
O universo de doadores de córnea, é maior porque o tecido pode ser retirado mesmo após a parada cardíaca do paciente, diferentemente do que ocorre no caso dos órgãos.
A secretaria vem incentivando constantemente a doação de órgãos e tecidos. Cerca de 40 mil veículos da frota estadual que circulam nas ruas receberam adesivos com a frase "Incentive a doação de órgãos". Metade dos adesivos foi destinada a carros da Polícia, que são vistos regularmente pela população. Outros 40 mil adesivos serão distribuídos no início deste ano. No ano passado, cerca de 16 milhões de recibos de pedágio e 600 mil folhetos com mensagens sobre as doações foram distribuídos em rodovias do Interior.
Trata-se de um esforço contínuo, que vem sendo aprimorado a cada ano para ampliar a captação e diminuir o índice de recusa familiar. Estamos cientes de que ainda é preciso avançar, mas os resultados apontam que São Paulo caminha no rumo certo e, mais uma vez, dá exemplo para o País quando o assunto é saúde pública
http://www.saopaulo.sp.gov.br/sis/leimprensa.php?id=70806
Secretaria da Saúde
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