Publicado pelo Aprendiz 10/02/2006

(Mariana Gallo)
Quando chegou na Associação de Assistência a Criança Deficiente (AACD), Letícia, de 3 anos, só se comunicava com a mãe. Portadora de uma anomalia na musculatura que impede seus movimentos, começou a fazer o tratamento de musicoterapia oferecido pela entidade. Hoje, um ano e meio depois, a menina apresenta nítidas melhorias. "Quando começou o tratamento, Letícia só ficava comigo e, ao longo desse tempo, ele se tornou mais sociável", conta a mãe da menina, Miriam Sabafaldiba Souza.

Mas este não foi o único benefício alcançado depois da musicoterapia. Letícia agora já consegue, por exemplo, mover lentamente suas mãos. Como o tratamento usa a música para trabalhar as partes cognitiva e motora do paciente, a menina vem obtendo várias conquistas. E já escolheu seu gênero de música preferido: o forró. "Às vezes pego a Letícia e fico dançado com ela, sinto que está muito mais feliz", relata a mãe.

A música é responsável pela melhoria de cerca de 400 pessoas atendidas por mês na AACD. "O som estimula o sistema nervoso da criança", explica a coordenadora da parte de musicoterapia da entidade, Marielena do Nascimento. Utilizando de meios lúdicos, dos instrumentos musicais e do canto, os musicosteraputas desenvolvem atividades que fazem com que os pacientes acompanhem os movimentos e ritmos do som."Todo o tratamento é baseado na musicalidade do paciente, ou seja, na aptidão dele para determinado instrumento ou som", conta a especialista.

Através das reações aos sons apresentados, o terapeuta passa a aplicar pequenos exercícios que estimulem as partes cognitivas e sensoriais do paciente. "A risada ou a fala, por exemplo, podem estimular a memória", afirma ela contando que entre as músicas mais pedidas pelos jovens estão o funk, rep e o forró, já entre os mais velhos prevalecem as músicas clássicas

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