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Escolas particulares de SP encolhem


Publicado pelo UOL Educação 10/02/2006

(FÁBIO TAKAHASHI)
No ano passado, foram abertas duas escolas particulares por dia no Estado de São Paulo. O que poderia ser um dado do crescimento do setor mostra um aumento na saturação do sistema, pois, ao mesmo tempo, uma fechou a cada dia e as que ficaram, em geral, encolheram. Em 2005, a média de estudantes por escola diminuiu 10% em relação a 2002.

Essa é a conclusão de um estudo feito pelo Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo), fechado ontem, ao qual a Folha teve acesso.

A explicação para esse movimento é que o crescimento na quantidade de alunos teve ritmo menor do que o de abertura de escolas. Entre 2002 e 2005, o número de colégios de ensino básico aumentou 17,8%, o que não foi acompanhado pelo crescimento na matrícula, que ficou em 6,2%.

Efeito desse desequilíbrio, há menos alunos por instituição. Em 2002, quando havia 5.677 escolas no Estado, a média era de 229,5 estudantes por unidade. No ano passado, com 6.643 colégios, a proporção caiu para 206,9.

Como essa diminuição é desigual e alguns estabelecimentos perdem mais alunos do que outros, os que são mais prejudicados tendem a fechar as portas.

Foi o caso de 421 colégios no ano passado. Esse é o maior número desde 2003, quando os dados começaram a ser coletados.

Na avaliação do Sieeesp, é o pior resultado da história da rede. "Haverá um grande ajuste no setor. Só não dá para saber quando", afirma o coordenador da pesquisa, Roberto Prado.

Esses ajustes poderão ser feitos com o aumento no ritmo de fechamento de escolas, fusões entre colégios ou a desistência de abertura de estabelecimentos.

Para o coordenador do estudo, a redução do ritmo de crescimento no número de estudantes acontece devido à própria diminuição da taxa de fecundidade no país e à queda do poder aquisitivo da classe média, fenômeno recorrente desde a década passada.

O problema financeiro, porém, não gerou uma migração para as escolas públicas, de acordo com o estudo. A constatação é feita pois o número de matrículas cresceu ou diminuiu durante o período analisado (entre 2002 e 2005) no mesmo ritmo nas duas redes.

A hipótese levantada pela pesquisa é que os pais seguiram na rede privada, mas procuraram mensalidades mais baixas.

Migração

Delegado do Sinpro (sindicato dos professores das escolas particulares de São Paulo), Artur Costa Neto conta que a crise já atinge os professores na capital.

"No interior, ainda há vagas porque tem bastante escola abrindo, mas na cidade de São Paulo já começa a migração dos docentes para a rede pública", afirma.

Para ele, haverá uma piora na situação. "A natalidade diminuiu e, assim, precisaremos de menos escolas e menos professores."

Para José Geraldo Silveira Bueno, professor de pós-graduação da Faculdade de Educação da PUC-SP, o abre-e-fecha dos colégios vem ocorrendo porque o ensino tornou-se um comércio. "Muitos estão interessados apenas no lucro e não na qualidade. Quando percebem que não vão se manter, fecham a escola sem nenhum comprometimento."

Bueno afirma que os pais precisam ter cuidado na hora de escolher uma escola particular. "Tem de buscar informações e lembrar que nem sempre instalação moderna é sinônimo de qualidade."

http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u18355.shtml

Folha de S.Paulo

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