Microsoft desafia Google e promete site de buscas |
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Publicado pelo O Estado de S.Paulo 02/03/2006 |
Segundo executivo, o serviço, ‘mais relevante’ que o do concorrente, será lançado nos EUA e na Inglaterra
(David Lawsky)
Agora a briga parece ter ficado realmente séria. Ontem, a Microsoft informou que planeja lançar um mecanismo de busca melhor que o Google nos Estados Unidos e na Inglaterra, em seis meses. Segundo Neil Holloway, presidente da Microsoft para a Europa, o Oriente Médio e a África, o serviço deve ser lançado na Europa. "Estamos dizendo que, num período de seis meses, seremos mais relevantes no mercado americano que o Google", disse Holloway, durante o Encontro Global de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da Reuters. "A qualidade de nossa busca, sob o ponto de vista do consumidor, será mais relevante."
Com seu crescimento explosivo, o Google tem feito vários inimigos na indústria de tecnologia. Bill Gates, fundador da gigante do software, chegou a dizer que o Google é a empresa mais parecida com a Microsoft "que qualquer outra empresa com que competimos". O Google vem criando vários serviços via internet, que podem fazer com que o usuário não precise instalar software em seu computador para usá-los. A primeira medida da Microsoft contra esta tendência foi anunciar o Windows Live e o Office Live, em novembro do ano passado, em que tornou pública sua estratégia de serviços para a internet.
INTEGRAÇÃO
Em 1995, na época da bem-sucedida abertura de capital de sua empresa, Marc Andreeseen, co-fundador da Microsoft, já dizia que o sistema operacional (leia-se Windows) não importava, já que tudo iria rodar no navegador de internet. A reação da Microsoft foi integrar um navegador próprio, o Explorer, ao Windows, o principal motivo para a rival Netscape ter desaparecido do mercado.
A decisão de integrar o navegador ao sistema operacional, e pressionar os fabricantes a não aceitarem distribuir o Navigator, da Netscape, pré-instalado nos computadores, fez a empresa enfrentar ações antitruste em seu país. Na Europa, a empresa sofre ação antitruste por ter integrado o Media Player, software de música e vídeo, ao Windows, o que prejudica competidores como a RealNetworks.
No caso do Google, no entanto, a estratégia de integrar produtos é mais difícil, porque os serviços da empresa estão na internet, e não rodam direto no Windows, como os de outros competidores. Holloway disse que a Microsoft não planeja integrar seu mecanismo de busca ao Vista, nova versão do Windows, que tomará lugar do XP até o começo do próximo ano. Apesar disso, uma das características do novo sistema operacional é um serviço de busca integrado, que procura, ao mesmo tempo, informações no computador do usuário e na internet.
"Deveríamos acrescentar um mecanismo de busca como o Google, mas com um núcleo duas vezes melhor, no Windows? Adivinhe. Se fizéssemos isso, acho que uma companhia chamada Google não ficaria muito feliz", afirmou Holloway. "É preciso dar um passo atrás e dizer onde será integrado." A Microsoft planeja integrar o serviço de busca aos seus serviços de comunicação Windows Messenger e HotMail.
O lançamento na Europa deve se seguir ao dos Estados Unidos. "Na Inglaterra, provavelmente será ao mesmo tempo. Na França, talvez três meses depois. Na Alemanha, talvez depois de mais três meses. Não será dois anos depois", disse o executivo da Microsoft.
De acordo com ele, o objetivo da Microsoft, ainda que não no lançamento do serviço, é ir além da busca de endereços na internet, e focar informações específicas buscadas por usuários da web.
"Geralmente, o que as pessoas conseguem hoje são endereços de internet e, tendo como base pesquisas, 50% do tempo em que as pessoas fazem uma busca não encontram o endereço que procuram."
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