Escolas inovam na área de educação física |
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Publicado pelo O Estado de S.Paulo 20/03/2006 |
Novas atividades vão de esportes radicais, como escalada e rapel, a peteca, taco e ioga
(Roberta Pennafort)
(Renata Cafardo)
Cena típica de uma aula de educação física para adolescentes: alguns meninos jogando bola, professor de apito na mão. E na platéia - a presença é obrigatória - rapazes e meninas, que alegam não gostar ou não ter aptidão para esportes. Amparadas por determinações educacionais recentes, escolas particulares têm oferecido opções, como esportes radicais, academia e jogos antigos, e conseguido tornar a educação física mais atraente.
Na Escola Americana, na Gávea, zona sul do Rio, fazem sucesso a parede de escalada, que tem dez metros de altura e oferece sete trajetos diferentes, de subida e descida, o rapel, a ponte suspensa, a tirolesa e o arvorismo. Há também simulações de situações extremas, como o "campo minado", em que o aluno tem de escolher o melhor caminho a percorrer para chegar a um objetivo determinado pelo professor.
"Não é só diversão. Estimulamos a convivência em grupo, o desenvolvimento do espírito de liderança e da auto-estima e a aceitação das diferenças de cada um", diz o professor de Educação Física do colégio, Marcelo Cecchi. Quem demonstra medo, explica, tem seus limites respeitados, mas participa de alguma forma. Pode-se ajudar os demais ou dar sugestões para resolver os desafios.
As crianças recebem esse tipo de treinamento desde o jardim de infância - com adaptações, claro. Para os pequenos, a parede de escalada é horizontal. A escola também oferece futebol, vôlei e basquete, além de dança, capoeira, softball, futebol americano e handebol.
"Fico ansioso esperando o dia da aula de aventura", diz Lucas Viana Amaral, de 11 anos, aluno da 7ª série. "Tenho um pouco de medo de altura, mas acho muito divertido. É só não olhar para baixo." O professor conta que os pais aprovam a iniciativa, em especial os estrangeiros - há alunos de 25 nacionalidades na instituição. A escola ainda organiza atividades coordenadas fora do campus, como caminhadas nos morros do Pão de Açúcar e da Babilônia.
A Escola da Vila, em São Paulo, também oferece escalada aos alunos do ensino médio, mas a opção de educação física que inclui jogos de peão, taco e peteca é a que faz mais sucesso. "O esporte está mais ligado à competição. Mas damos também a opção do deporto, ou seja, atividades mais lúdicas e práticas motoras saudáveis", diz o coordenador de esportes da escola, Washington Nunes.
DESPRESTÍGIO
Os colégios seguem o que dizem textos educacionais, como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que foram elaborados por educadores e governo no fim dos anos 90 e início do 2000. O capítulo destinado à educação física lembra o desprestígio da disciplina nos últimos anos. "Observa-se nessa fase uma visível evasão dos alunos das aulas", diz o texto, que emenda afirmando que os alunos têm buscado "em locais extra-escolares experiências corporais que lhe trazem satisfação e aprendizado como parques, clubes, academias, agremiações, festas regionais".
As sugestões dos PCNs, que não são obrigatórios de serem seguidos pelos sistemas de ensino, são para que a as relações na educação física não se limitem a "professor-treinador e aluno-atleta". O que passa a ser importante é uma educação para saúde e para a integração social. O texto fala em introduzir atividades como dança, lutas, resgate de brincadeiras populares, ginásticas (alongamento ou aeróbica), entre outras.
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