Publicado pelo O Estado de S.Paulo 24/03/2006

Sede do governo do Estado de 1911 a 1965, prédio em estilo francês terá arquitetura e estrutura recuperadas; secretaria vai para o Jaguaré

(Alessandra Pereyra)
Uma parte importante da história política do Estado de São Paulo começa a ser resgatada, com a reforma de um dos prédios mais bonitos da capital. O Palácio dos Campos Elíseos, na Avenida Rio Branco, 1.269, entrou em obras de restauração esta semana.

O imóvel, que é tombado, foi sede do governo do Estado por mais de meio século: entre 1911 e 1965. Nos últimos 40 anos, várias repartições públicas se revezaram no prédio, ainda ocupado pela Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico. Para permitir a reforma, começa hoje a mudança do gabinete do secretário João Carlos Meirelles. Nos próximos dias, a secretaria passará a funcionar no Museu da Tecnologia, na Marginal do Pinheiros, região do Jaguaré.

Serão pelo menos 18 meses de obras para resgatar a arquitetura no estilo francês e recuperar toda a estrutura do edifício. Depois de concluída a reforma, o palácio será aberto à população. O Estado ainda estuda qual será sua destinação final: um centro cultural, um museu ou um local para eventos, entre outras opções.

A restauração do Palácio dos Campos Elíseos é um projeto antigo. O início das obras havia sido prometido para 2003, mas falta de verbas e burocracia adiaram os trabalhos. Toda a reforma será beneficiada pela Lei Rouanet, que garante isenção de parte do Imposto de Renda a empresas que investem em projetos culturais ou de recuperação de patrimônio.

Segundo o secretário-adjunto, Fernando Dias Menezes, a Fundação Patrimônio Histórico da Energia, que gerencia as obras, já captou R$ 5,2 milhões com empresas como Porto Seguro, Natura, Nestlé e estatais como o banco Nossa Caixa.

O projeto de restauração foi feito pela Companhia Paulista de Obras e Serviços (CPOS) e levado pela Fundação Patrimônio Histórico de Energia ao Ministério da Cultura, para aprovação e inclusão nos benefícios da Lei Rouanet. O presidente do conselho consultivo da fundação, Sérgio Camargo, explica que, na primeira fase da obra, será feita a prospecção pictórica, que estuda detalhes originais do imóvel.

A idéia é restaurar o palácio nos moldes do padrão arquitetônico francês da década de 30. A reforma incluirá desde a estrutura, bastante danificada, até a mobília e as obras de arte. Quando a obra for concluída, o governo trará de volta ao o prédio referências importantes do período em que o palácio foi sede da administração: fotografias, obras de arte, livros e objetos. "Nossa intenção é devolver esse pedaço importante da história. O restauro está no contexto de revitalização do bairro de Campos Elíseos", diz o secretário Menezes

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O Estado de S.Paulo

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