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Em MG, 6 mil vítimas de falsos cursos


Publicado pelo O Estado de S.Paulo 04/04/2006

Grupo mineiro oferece formação a distância usando o nome de instituições paulistas, sem o conhecimento delas.

(Renata Cafardo)
Cursos falsos de graduação a distância de duas universidades paulistas foram oferecidos até o início deste ano em Governador Valadares, Minas, sem que as instituições tivessem conhecimento do que ocorria. O grupo mineiro fazia vestibulares em nome da Universidade Guarulhos (UNG) e do Centro Universitário Metropolitano de São Paulo (Unimesp) e reunia os alunos uma vez por mês em escolas da região para as provas. Eram distribuídos certificados falsos de conclusão e históricos escolares com timbre das universidades e até firma reconhecida. Estimase que 6 mil alunos tenham se matriculado nos cursos.
O caso começou a ser investigado em novembro pelo 1º Distrito Policial de Guarulhos depois que uma pessoa foi presa tentando autenticar um documento falso no cartório da cidade. A denúncia foi feita pela própria UNG. Há cerca de duas semanas, a polícia paulista foi até Valadares e apreendeu cheques, declarações de matrícula, certificados de conclusão e históricos escolares. O Estado teve acesso às cópias dos documentos. Eles mostram que eram oferecidos cursos de Licenciatura, Arquitetura, Enfermagem, Farmácia, Educação Física e Direito.
A polícia encontrou também anúncios publicados em jornais locais com propaganda dos vestibulares das universidades e o nome da responsável, a bióloga e ex-funcionária pública Joana D´Arc Lacerda. Ela mora em Valadares e é proprietária de uma agência de turismo. Por telefone, Joana disse que tinha 'um acordo verbal com a UNG' desde 2004 para oferecer vestibulares na cidade para vagas remanescentes. 'Eu sou credenciada para fazer isso e só levava alunos a São Paulo para estudar na universidade', afirmou. 'Nem sei onde é o campus da UNG', diz Marcelo (nome trocado a pedido do entrevistado),de 22 anos, que 'cursou' por dois anos e meio Licenciatura em Matemática e dava aulas na rede estadual até a fraude ser denunciada. No Estado, professores podem trabalhar nas escolas públicas desde que apresentem declaração de matrícula em curso superior de Licenciatura. Mesmo depois de formados, não é necessário apresentar o diploma. Apenas o certificado de conclusão e o histórico - ambos falsificados pelo grupo mineiro - são exigidos. 'O curso era voltado para estudar em casa', completa Marcelo, que pagava R$ 380 de mensalidade. Ele conta que a turma se reunia apenas para fazer provas em uma escola particular de Valadares e que 'era permitido consultar os colegas' durante a avaliação. 'Eles falavam que se a gente entrasse na internet não ia conseguir encontrar nosso nome porque a universidade tinha muitos alunos', diz Deise Lúcia dos Santos, de 29 anos, que fez o vestibular no ano passado. Depois de alguns meses, desistiu do curso porque desconfiou da exigência de pagar a mensalidade em mãos e não por meio de boleto bancário. Deise também diz que nunca veio a São Paulo estudar.

300 TELEFONEMAS
A UNG e a Unimesp, antiga FIG, não oferecem cursos de graduação a distância. As duas instituições têm seus cursos autorizados e reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC), o que tornava mais difícil para os alunos perceber a fraude cometida em Minas. Muitos dos históricos escolares mencionam disciplinas supostamente cursadas pelos estudantes desde 2001. 'Já recebemos cerca de 300 telefonemas de várias cidades de Minas', conta o pró-reitor comunitário da UNG, Nelson Figueiredo, que teve sua assinatura falsificada em certificados de matrícula.
Além dos alunos, o Conselho Regional de Enfermagem de Minas e a Secretaria Estadual de Educação passaram a pedir à universidade a confirmação de que os documentos recebidos eram verdadeiros.
Segundo o advogado de Joana, Antonio João Carvalho, ela 'é uma mulher honesta' e tem cerca de 6 mil alunos no Estado. 'Ainda não sabemos se todos os alunos foram enganados ou se alguns agiam de máfé', diz o delegado titular do 1º DP

http://www1.estado.com.br/ep/render.asp?name_final=Estado_20060404_A-1%BA%20Caderno_A06-Vida%20%26_017_01_documento&width=800&height=600

O Estado de S.Paulo

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