Blogs podem romper barreiras da sala de aula |
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Publicado pelo Aprendiz 07/04/2006 |
(Alan Meguerditchian)
Valorizar a produção dos alunos. Ampliar a aprendizagem, relacionando os temas abordados em sala com o contexto do estudante. Ultrapassar os muros do colégio, estabelecendo contato entre o conteúdo produzido e o público externo. Além da grande atração provocada.
Essas foram algumas das principais conquistas da professora de português, Marli Fiorentin, da Escola Estadual Padre Cobalchini, de Nova Bassano, no Rio Grande do Sul, a partir da utilização do blog como ferramenta pedagógica.
Seu blog, Vidas Secas (http://vidassecascolbachini.zip.net), nasceu para chamar a atenção e atrair os 59 alunos das duas turmas de 8ª série para os dois principais temas do primeiro trimestre de 2005: a obra de Graciliano Ramos e a grave seca que atingira a região sul do Brasil. \"Um tema foi ao encontro do outro. Poderíamos tratar a literatura comparando as situações, aproximando a obra à vida do aluno\".
Essa aproximação é uma das principais vantagens obtidas pela ferramenta, porque permite aos leitores postarem seus comentários, os comments. \"É constante observar palavras calorosas e espontâneas dos alunos em relação aos temas abordados no blog\", revela Betina von Staa, consultora de tecnologia educacional do site Educacional.
Apesar desse benefício, a ferramenta ainda gera insegurança em alguns educadores. \"Como a tecnologia é relativamente nova e, para o professor começar a trabalhar com ela é necessário um pequeno domínio técnico, assim como um espaço no seu planejamento, alguns ficam receosos de começar a usa-la\", diz Staa. \"Apesar disso, a grande maioria se surpreende com os resultados obtidos. Receber um elogio, por meio de uma mensagem de um professor de outro estado, valoriza o trabalho\".
Tal amadurecimento foi sentido pela professora Fiorentin, no blog Vidas Secas. \"Conheci a ferramenta em 2004. Não sabia construir, mas achei que tinha potencial. Pesquisei um pouco, conversei com outros professores através de bate-papos - conversas promovidas por sites - e criei o blog no início do ano seguinte\". A insegurança da educadora não demorou muito para desaparecer. \"Minhas expectativas foram concretizadas. Em pouco tempo, cada aluno começou a comentar o trabalho do outro e isso gerava uma discussão interessante, saindo da dinâmica em que o aluno escreve e só o professor lê\", acredita.
Mesmo diante do potencial da ferramenta, Staa não identifica uma \"avalanche\" no aparecimento de blogs educacionais. Segundo ela, isso será resultado de um crescimento natural do meio como instrumento pedagógico. Em uma das escolas em que a consultora presta serviço, trabalham cerca de 500 professores, dos quais 15 criaram blog.
Tal desenvolvimento passa pela identificação, por parte das diretorias das escolas, de que o blog é uma ferramenta importante. Segundo Staa, há cinco anos a preocupação das diretorias era maior. \"Muitos se perguntavam se valia à pena expor o trabalho da escola. Hoje isso diminuiu muito, mesmo que alguns prefiram começar mais lentamente, restringindo a possibilidade de comentários à turma, por exemplo\", necessidade já suprida por sites de auxiliam na criação de um blog, como o Educacional (www.educacional.com.br).
Ao navegar por alguns blogs é possível identificar a falta de periodicidade em relação às publicações. Segundo Staa, isso faz parte da dinâmica da ferramenta quando é utilizada com fins educacionais. \"Os professores usam o instrumento quando precisam divulgar algum texto novo para os alunos. Outra publicação só ocorre quando outro material precisa ser consultado\", diz. Além disso, a vida útil de um blog depende muito do tempo em que o assunto é tratado. \"Não é como um diário de um jovem ou um blog jornalístico. O blog acompanha o ritmo da aula\".
O caso de Fionrentin pode mostrar como é possível não deixar de utilizar a ferramenta quando um determinado assunto se esgota. A professora continuou criando blogs e hoje reúne todos em um blog pessoal (http://blogosferamarli.blogspot.com). \"Os alunos entenderam a importância do instrumento, se sentiram importa
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