Harvard abre escritório em SP |
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Publicado pelo O Estado de S.Paulo 25/04/2006 |
Universidade americana quer facilitar intercâmbio de estudantes e vinda de professores para pesquisa no País
(Renata Cafardo)
A Universidade de Harvard se aproxima do Brasil. A instituição abre em julho um escritório em São Paulo com o objetivo de facilitar a vinda de estudantes e professores para universidades daqui e a ida de brasileiros que queiram estudar lá. Além disso, neste ano começa a funcionar uma bolsa de graduação exclusiva para brasileiros nas áreas de Educação, Saúde e Administração Pública em Harvard.
A bolsa surgiu por causa de uma doação recente de US$ 1 milhão do empresário brasileiro Jorge Paulo Lemann, que estudou em Harvard. "Já há muita gente da área de negócios que foi estudar fora", diz a diretora-executiva da Fundação Lemann, Ilona Becskeházy. Segundo ela, é parte da estratégia da entidade desenvolver o País com a formação de profissionais nas áreas escolhidas para a bolsa. Ela será oferecida a um brasileiro por ano e o processo seletivo é feito em Harvard. Um outro programa bancado com o dinheiro de Lemann vai incentivar estudantes de Harvard que queiram passar um ano no Brasil pesquisando temas ligados ao País.
"Queremos ajudar qualquer um em Harvard que queira saber ou ir para o Brasil", disse ao Estado o diretor do Centro David Rockefeller para Estudos Latino-Americanos em Harvard, John Coatsworth. O escritório aqui - cujo investimento é de US$ 500 mil por ano - será um braço do centro e abrigará quatro ou cinco profissionais. O endereço ainda não está definido, mas, segundo Coatsworth, deverá ser perto da Avenida Paulista.
Na América Latina, apenas o Chile tem uma base de Harvard. São 43 escritórios pelo mundo - há a previsão de abertura na Argentina -, mas a maior parte deles atende áreas específicas da universidade, como a Escola de Negócios. No Brasil, ele se relacionará com qualquer setor de Harvard.
A universidade cria neste ano também o primeiro programa de estudos brasileiros. De acordo com Coatsworth, há cerca de dois anos Harvard tem incentivado o conhecimento do País por seus alunos e professores porque considera "o Brasil um país importante na América Latina e na economia mundial". Nesta década tem crescido também o número de estudantes de Harvard que se interessam em estudar português. Já são 150 alunos nos cursos da língua oferecidos na universidade.
Um dos objetivos do escritório aqui é ajudar esses estudantes a cursar parte da graduação em universidades brasileiras, com créditos das matérias feitas aqui sendo validados por Harvard. Coatsworth diz que ainda não fechou convênios com as instituições brasileiras, mas tem conversado com Universidade de São Paulo (USP), Fundação Getulio Vargas e Faculdades Ibmec, entre outras. "Esperamos que haja entre dois e cinco estudantes de Harvard, pelo menos, vindo ao Brasil a cada ano."
Segundo ele, a universidade vai oferecer também cursos de verão (que seriam durante o inverno no Brasil) aos alunos. Além de estudar, os estudantes de Harvard fariam estágios ou trabalhariam voluntariamente em ONGs. Professores e pesquisadores de Harvard que estudem temas relacionados ao País serão também ajudados pelo escritório brasileiro a encontrar pesquisas e contatar instituições.
Atualmente, há 64 estudantes brasileiros em Harvard. O valor estimado anual da graduação é de US$ 45 mil. Mas a universidade oferece vários programas de bolsa para alunos aprovados que não têm condições financeiras de bancar seus estudos.
http://www.estado.com.br/editorias/2006/04/25/ger102479.xml
O Estado de S.Paulo
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