Repressão não evita uso de drogas entre jovens |
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Publicado pelo Aprendiz 08/05/2006 |
(Karina Costa)
Reprimir ou dar liberdade de decisão aos jovens usuários de drogas lícitas e ilícitas? Duas especialistas no assunto acreditam que nada melhor do que deixar que os jovens façam suas próprias escolhas. E, se for necessária a intervenção de familiares, especialistas, professores ou mesmo amigos, que seja apenas para informar sobre os riscos do consumo.
É o que defende a psicóloga Stella Almeida, autora do projeto Baladaboa que tem o objetivo de propor ao usuário de ecstasy um programa de redução de danos para um uso mais responsável da droga. "Sei que a medida é polêmica, mas estou sendo realista. Não adianta ficar achando que tudo isso é terrível se sabemos que as drogas existem e as pessoas usam. O projeto é uma questão de cidadania, pois esses jovens têm o direito de se informar sobre o que estão consumindo, que riscos estão correndo. A idéia é fazê-los pensar sobre o uso da droga e, cientes disso, passarem a ter responsabilidade pelas conseqüências do uso," defende.
Para atrair a atenção dos jovens, o Baladaboa pretende passar informações sobre a droga por meio de folhetos com estética atrativa - conhecidos como flyers - a serem distribuídos em casas noturnas, festas e universidades, locais onde o consumo de drogas geralmente acontece. Além disso, quer propor aos empresários de clubes noturnos um ambiente mais seguro para que os usuários da droga se sintam melhor. "Casas noturnas e festas poderiam disponibilizar água, área de descanso ventilada e estipular um número máximo de lotação por metro quadrado. Essas são medidas importantes para diminuir os riscos de hipertermia - um aumento da temperatura corporal que pode levar à morte," acredita.
O projeto já tem forma, porém enfrenta dificuldades de implementação. Segundo ela, está difícil de conseguir o aval político necessário para avançar para fase de intervenção de fato. Até o momento foi feito um levantamento para traçar o perfil dos usuários de ecstasy e o grau de informação que eles têm sobre o assunto. Esses dados serão utilizados no flyer. "A idéia é mostrar a realidade como ela é e propor a prevenção para que o risco do uso seja minimizado. É utópico pensarmos numa sociedade sem drogas, a ilegalidade não faz com que as pessoas deixem de usá-la," acha a autora do projeto Baladaboa - o duplo sentido da palavra pode ser entendido como "balada boa" ou "bala da boa", fazendo referência ao apelido "bala" dado à droga ecstasy.
Outro projeto que visa prevenir e conscientizar os jovens sobre seus atos é o Festa Virtual, realizado pelo Instituto de Prevenção e Atenção às Drogas, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Foi elaborado um site com informações sobre drogas, saúde mental, depressão e outros assuntos que fazem parte d0 cotidiano dos jovens.
Quatro personagens apresentados no site com descrições físicas, familiares e sociais diferentes, foram criados para conduzir os jovens a decidirem o rumo mais seguro quando estiverem frente a frente com as drogas. Depois de escolhido o personagem, o jovem é posto em situações em que deve optar entre dois caminhos onde são demonstrados os benefícios e malefícios decorrentes da escolha. Com linguagem acessível e sem tom moralista, o site traz noções de álcool e direção, bebedeira, sexo, auto-estima, depressão, ressaca e drogas variadas - principalmente maconha e álcool.
Para que os jovens possam interagir com especialistas, sanando dúvidas sobre os assuntos tratados no site e sugerir novos temas a serem abordados, está disponível na página do Festa Virtual (www.pucpr.br/festavirtual) um e-mail de consultoria. "O site não foca na repressão às escolhas pessoais. Cada jovem tem que decidir o que é melhor. O objetivo do site é informar para que façam escolhas mais saudáveis para a vida," revela a coordenadora do projeto, Adriane de Oliveira Viana Tucci.
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