País precisa de educação para a sala de aula |
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Publicado pelo IG Educação 09/05/2006 |
(Cristina Índio do Brasil)
Essa foi a reflexão proposta pelo assessor da Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura (Unesco), Célio Cunha.
De acordo com relatório da Unesco, numa lista de 45 países, o Brasil apresenta uma taxa de 21% de repetência, enquanto na Argentina é de 6%, tendo como base o ano de 2002. A posição brasileira é melhor apenas a de 15 países, a maioria da África e do Caribe. Cunha afirma que os problemas de repetência entre os alunos da primeira a quarta séries poderiam ser resolvidos com "a cultura do aprendizado na sala de aula", transmitida por um professor preparado.
"O que deveria se fazer na educação brasileira era uma política de educação fundamentalmente voltada para a sala de aula. Aproveitar ao máximo possível o tempo de sala de aula com programas educacionais práticos, com educação continuada de professores e monitoramento constante, para ver se, nos próximos dez anos, se reduz a repetência aos padrões aceitos mundialmente", disse ele, em entrevista ao Notícias da Manhã, da Rádio Nacional de Brasília.
O assessor da Unesco contou que, no início dos anos 90 a reprovação de alunas chegava a 30% em algumas localidades do país e, gradativamente, a situação mudou. "A repetência vem caindo, mas ainda continua alta e preocupante. O relatório da Unesco constata essa posição ainda incômoda do Brasil."
Segundo Cunha, o perfil do novo professor deve incluir quatro pilares: "O aprender a aprender, o aprender a ser, o aprender a fazer e o aprender a conviver juntos". Esses "pilares" foram desenvolvidos no relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, coordenada por Jacques Delors. "São quatro aprendizagens fundamentais para o século." Ele avalia que falta prática ao professor que sai da faculdade, "que não se encontra devidamente preparado para essa realidade". Por isso, ele sugere que "a escola tem que substituir a cultura da reprovação e do insucesso pela cultura do êxito. A tarefa da escola é educar e não é reprovar".
Cunha reitera que todos os países que avançaram na diminuição dos índices de reprovação tiveram "cuidado rigoroso na preparação dos professores", no sentido de que ele compreendesse as diferenças sociais do aluno. "Esse é um perfil para o novo professor que passa por uma educação humanista", defendeu.
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Agência Brasil
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