Tecnologia aposenta giz e apostilas nas escolas |
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Publicado pelo UOL 12/05/2006 |
(Marcilio Kimura)
Na casa do meu afilhado, tem uma parede inteira pintada de verde musgo fosco. Ao lado tem uma caixa de giz. Quando meu filho vai lá, além de brigarem, encherem o saco de todo mundo e tentarem quebrar a casa toda, os dois passam horas rabiscando e apagando desenhos que humilhariam qualquer Edvard Munch.
Mas, daqui a pouco, é bem provável que essa parede seja coberta por um telão sensível a toque, integrado a um projetor e um computador. Em vez de suas obras-primas medonhas, eles poderão baixar qualquer figura da Internet para o quadro digital e pintar com as cores mais malucas possíveis. E só com o dedo, sem sujar nada. Poderão, além disso, criar uma história em quadrinhos misturando Super-Homen com Menino Maluquinho, Chico Bento e Shrek. Poderão ilustrar ou recontar um livro infantil, gravar em DVD de alta definição e imprimir no formato de obras clássicas.
Ziraldo
Luis Fernando Verissimo desenhado por Ziraldo. Ambos fazem parte de oficina de texto do Positivo
Esse artefato tecnológico é uma das principais apostas do mercado educacional brasileiro. Com o aumento da qualidade dos projetores e a integração com a Web ou com o banco de dados da escola, o professor não precisa mais sujar o dedo nem carregar um livro sequer.
Hoje, uma escola moderna é mais ou menos assim: tem uma rede de PCs integrados, conectados à Web, com todo seu material didático digitalizado, com softwares de apoio educacional e de gerenciamento de empresa. Cada aluno recebe um smartcard (cartão com chip), que serve tanto para controlar sua freqüência escolar como para comprar lanche na cantina. Longe da sala de aula, os estudantes têm todo conteúdo de cada aula disponível no site da escola e podem tirar dúvidas com professores de plantão por meio de salas de bate-papo. Os pais podem acompanhar toda a agenda do filho e seu desempenho pelo celular.
Portais para educação a distância e salas de aula digitais, por exemplo, são dois dos chamarizes do Grupo Positivo (Curitiba) e do Sistema COC (Ribeirão Preto). A empresa paulista estreou na semana passada um serviço para celulares GSM, em que pais e alunos podem acessar a lista de atividades (horário, local, nome do professor e conteúdo da aula), notas, ocorrências e notícias. No handheld, dá para ver as videoaulas. Com um desktop ou notebook, é possível tirar dúvidas em tempo real, por áudio inclusive. Não suporta webcam, mas o professor consegue expor material didático na tela e fazer observações em cima dele.
Na sala de aula, um quadro digital substitui a antiga lousa, e um telão para videoconferência pode até substituir o professor. Para quem tem intimidade, é impressionante a velocidade da aula. Expor um conteúdo (da apostila ou da Internet), fazer observações em cima dele (com diferentes cores), voltar ou adiantar a aula, tudo é muito rápido. Sono de estudante é uma coisa que não tem remédio. Mas, definitivamente, essa dinâmica ajuda muito.
Na oficina de texto do Positivo, os alunos podem criar uma história para os desenhos de Ziraldo ou da artista plástica Luna (que trabalha com massinhas) ou terminar um conto iniciado por Luis Fernando Verissimo, na Internet, e enviar para a gráfica da empresa paranaense, que manda o livro editado ao aluno. Num método parecido, o Anglo (São Paulo) lançará em breve CD-ROMs interativos com clássicos infantis.
Divulgação
Batizado de Ícaro, o giroscópio com simulador de realidade virtual pretende auxiliar no aprendizado de geografia
Nesse lado mais lúdico, o Objetivo (São Paulo) adquiriu simuladores de realidade virtual (giroscópios, skates e tapetes voadores), dotados de mapas que permitem conhecer melhor a geografia, segundo o diretor de tecnologia Almir Brandão.
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