Desenvolvimento educacional busca identidade |
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Publicado pelo Aprendiz 30/05/2006 |
(Mariana Gallo)
O desenvolvimento da educação nos países latino-americanos deve privilegiar a identidade de cada região. Mas deve ser constituído em rede para a troca de informação entre professores, organizações educacionais e governo. Foi o que defendeu Guiomar Namo de Mello, diretora da Escola Brasileira de Professores (EBRAP) e assessora de projetos de reforma educacional no Brasil e exterior, durante o III Congresso Ibero-Americano Educarede, realizado em São Paulo (SP), nos dias 29 e 30 de maio.
Segundo ela, a escola deve ter a liberdade de trabalhar as formas de ensinar de acordo com a realidade e o perfil dos seus estudantes. "Para a escola ter a liberdade de trabalhar com os estudantes é necessário que ela seja pautada por uma lei de diretrizes que dê este espaço e que o governo a direcione para isto", afirma.
Já para Alberto Croce, presidente da fundação argentina Sustentabilidad, Educación e Solidariedad e consultor de programas de educação popular da América Latina, o desenvolvimento educacional nos países latino-americanos deve ser constituído por um modelo próprio, não ser baseado nos dos norte-americanos ou europeus e sim buscar uma fórmula que se enquadre na nossa cultura. "Não é possível ter o mesmo modelo de aprendizado dos países de primeiro mundo pois são culturas e desenvolvimentos diferentes no nosso".
Segundo Guiomar Namo, é necessário que em todos os âmbitos educacionais privilegiem o aprendizado e o ensino. Isto quer dizer levar a criança para o mundo do conhecimento. "É necessário privilegiar os métodos de ensino que prezam a educação". Ainda segundo ela, independente do que for adotado como método de ensino, é importante ressaltar o aprendizado e não a lista de conteúdos. "O ensino sem a educação se caracteriza apenas como ensino e não aprofundamento, aperfeiçoamento, ou seja, educação".
Entre os problemas apontados pelos palestrantes estão a falta de investimento no professor e a pouca prioridade dada para a educação. Segundo Croce, a educação é muito importante para diminuir a desigualdade social na América Latina, porém os governantes ainda não têm essa consciência. "Quando dizem que a educação está fraca, todo mundo se conscientiza para melhorar, quando há essa melhora todo mundo esquece", reclama.
A falta de uma rede para disseminar o conhecimento do professor e privilegiar a troca de experiências entre os profissionais, também foi abordada pelos palestrantes. Segundo Namo, o desenvolvimento deve ser feito através de uma rede de conhecimento, pois o professor deve se interessar em trabalhar com outros assuntos, mesmo não sendo da área dele. "Os docentes devem ser formados para compartilhar conhecimento com outras áreas e não ficarem presos a caixinhas".
A formação dos educadores também deve ser priorizada. Para ela, é necessário investimento na formação do professor tanto na área educacional, quanto na tecnológica. "O professor deve saber utilizar o computador como forma de ensinar os estudantes. Os jovens sabem usar o computador, mas não de forma consciente para o estudo, o professor é que deve ter este compromisso", acredita.
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