Publicado pelo Aprendiz 22/06/2006

É crescente a percepção de que não se deve impor exclusivamente aos órgãos ambientais as responsabilidades quanto à proteção dos recursos naturais. Comportamentos diários e decisões cotidianas podem resultar em maior ou menor agressão à natureza e a cada um cabe a escolha por trilhar esses caminhos.

O que se vê, contudo, são ações pontuais de estímulo à adoção de novas atitudes. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belo Horizonte (MG), por exemplo, realiza este mês duas oficinas cujo tema central é "Consumo Responsável". Elas acontecem no bojo de uma programação comemorativa, embasada no Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho. Mas a se julgar pela quantidade de pessoas que continua a lavar calçadas com mangueiras, só para citar um mau procedimento, muito se há ainda a fazer nessa trajetória de educação ambiental.

"Com esse ritmo insano da vida contemporânea, a gente quase não pensa em consumo, em simplicidade", diz Guilherme Blauth, vice-presidente da ONG catarinense Instituto Harmonia na Terra.

Também coordenador do Núcleo de Ecopedagogia da entidade, Guilherme é autor, em parceria com a bióloga Patrícia Abuhab, do recém-lançado livro De olho na vida - Reflexões para um consumo ético.

O trabalho, de 60 páginas, vem sendo distribuído a escolas municipais e estaduais das regiões de Florianópolis e Joinville, e para ONGs ambientalistas atuantes em Santa Catarina. Também passou a integrar o material de apoio aos cursos de ecopedagogia do próprio Instituto Harmonia na Terra.

O processo de construção do livro começou com um laboratório interno. "Transformamos o nosso consumo. Nos perguntamos de onde vem cada item do que a gente consome e para onde ele vai, quando o descartamos", diz Guilherme, que observava uma ênfase quase exclusiva ao tratamento de resíduos, como assunto para as atividades de educação ambiental. "Coleta seletiva é importante, mas o cerne de tudo é o nosso estilo de vida", pondera.

Em 2000, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor - Idec - lançou, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, o Guia de Consumo Sustentável (mais informações no link no final da matéria). Era também um compilado de dicas e informações voltadas à criação de uma nova consciência, em que responsabilidade substitui o desperdício.

Agora, numa outra nova investida nesse sentido, De olho na vida - Reflexões para um consumo ético leva orientações a estudantes, que podem atuar como multiplicadores, em seus bairros e residências.

Confira algumas indicações da publicação:

- Recuse produtos derivados de espécies em extinção.
- Prefira produtos com embalagem reciclável ou reciclada.
- Evite produtos com embalagem não biodegradável.
- Adote uma caneca durável em vez de usar copos de plástico.
- Recuse folhetos publicitários que não sejam de seu interesse.
- Use uma bacia para lavar a louça.
- Mantenha a torneira fechada enquanto ensaboa louças e panelas e escova os dentes.
- Não pinte as paredes internas de sua casa com cores escuras, pois elas exigem lâmpadas mais potentes.
- Guarde seus alimentos em recipientes que possa voltar a utilizar (como embalagens de vidro e não em folha de alumínio ou filme plástico).
- Procure usar pilhas recarregáveis e com baixo teor de mercúrio.

http://aprendiz.uol.com.br/content.view.action?uuid=fb831a330af470100140984b42e5e39a

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