Órfãos aprendem profissão para futuro sustentável |
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Publicado pelo Aprendiz 04/07/2006 |
(Karina Costa)
Ensinar meninos e meninas órfãos a costurar para que, no futuro, tenham como se sustentar. A iniciativa é da loja de móveis e decoração Artmorfose e contempla moradores do Lar Escola Cairbar Schutel, em São Paulo, que por meio de oficinas de corte e costura, aprendem a confeccionar almofadas. O lucro da venda é revertido integralmente para eles mesmos.
Treze meninos entre 9 e 16 anos atualmente integram a turma que participa do treinamento para produzir os objetos. Uma professora fica de três a quatro horas com eles ensinando etapa por etapa as atividades. A loja fornece também as máquinas de costura, tecidos e demais materiais para a produção.
A idealizadora do projeto Maura Spielmann avisa que a proposta é formá-los sem entrar em conflito com a lei. "O que fazemos não se configura como trabalho infantil. Eles aprendem porém são livres para fazer as almofadas na hora que querem. Estamos pensando no futuro deles e, quando tiverem de sair da instituição, talvez vejam na costura uma alternativa eventual de carreira," explica.
E os aprendizes mostram esforços na produção. A cada almofada é criado um detalhe a mais para chamar a atenção dos compradores que freqüentam a loja, canal de vendas do que confeccionam. "Eles fazem com capricho e dedicação e sabem que seus esforços valem a pena. O dinheiro não faz diferença agora pois o lucro é depositado na caderneta de poupança de cada um deles, mas eles sabem que estão influenciando em seu próprio futuro," conta.
A vontade de aprender dos mais novos e, principalmente, dos meninos, que o fazem sem preconceito, chama a atenção da proprietária da loja. "Queremos despertá-los para a capacitação. Paralelo a isso, o projeto ajuda para que aprendam sobre cooperação, paciência e estimula a criatividade". Também a instituição que abriu as portas para o projeto, entusiasma para a iniciativa. "É, no mínimo, surpreendente ver que uma instituição que passa dificuldades entenda que o lucro não é repartido entre eles e a criança," acredita.
Segundo ela, o projeto que acontece a pouco mais de um ano, tem tudo a ver com o trabalho da loja por estimular e valorizar o trabalho artesanal e a reciclagem. A dona da loja compra casas antigas que sabe que vão ser demolidas e, a partir dos materiais encontrados - madeira, pisos, janelas, portas, paredes, batentes, pilares - são produzidos artesanalmente móveis e objetos de decoração vendidos na Artmorfose. Todas as peças são feitas por artesãos independentes de Minas Gerais.
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