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Cidades pobres são campeãs do ensino fundamental


Publicada pelo O Estado de S.Paulo 07/07/2006

Barra do Chapéu, no Vale do Paraíba, é a primeira de São Paulo no ranking da 4.ª série

(Renata Cafardo )
Crianças que estudam em cidades pobres, com poucos habitantes e altos índices de analfabetismo tiveram as melhores notas do Estado na Prova Brasil, o primeiro exame do Ministério da Educação (MEC) feito de forma universal no ensino fundamental. A campeã do ranking da 4ª série é Barra do Chapéu, no Vale do Paraíba, com menos de 5 mil habitantes, que vivem da lavoura de feijão e tomate e têm só 24 quilômetros de ruas asfaltadas.

A capital ficou em 448º lugar na prova de português, feita pela 4ª série, entre as cerca de 600 cidades paulistas. Em matemática, a posição foi 450ª. Os alunos de São Paulo tiveram média por volta de 160, mais baixa que a nota nacional e que significa que conseguem localizar informações explícitas em textos e fazer somas e subtrações.

Já os de Barra do Chapéu e dos outros nove municípios do ranking tiveram nota acima de 218, o que indica que são capazes - na 4ª série - de perceber o sentido de uma metáfora e as intenções implícitas nas falas de personagens em narrações. Ainda lêem gráficos e resolvem problemas com quilogramas e moedas.

A secretária de Educação de Barra do Chapéu, Neusa Ribas, conta que apenas três dos 30 professores das escolas da cidade não são formados em ensino superior, exigência obrigatória, mas que ainda está longe de ser cumprida no País. Por ser uma das mais pobres do Estado, a cidade recebeu em 2005 a ajuda da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), que doou 12 computadores ligados à internet, mesas e cadeiras para as escolas. Mais de 18% da população tem menos de um ano de estudo e só 1,1%, mais de 15 anos.

O ranking levou em conta as notas apenas dos alunos das redes municipais do Estado. Isso porque a rede estadual paulista foi a única do País a não participar com todos os seus alunos da prova. A justificativa do governo foi de que a rede era grande demais para organizar o exame universal. A adesão dos Estados era voluntária, mas o exame foi feito em 41 mil das 43 mil escolas de ensino fundamental brasileiras.

Na 8ª série, os paulistanos ficaram em 117º lugar nas questões de português e em 132º, nas de matemática. A secretaria municipal da Educação não quis comentar os resultados da capital porque não recebeu ainda os dados do MEC.

As baixas notas poderiam ser justificadas, em parte, pelo grande número de alunos que fizeram a prova na capital. Foram 76 mil, da 4ª série, e 44 mil, da 8ª série. Enquanto isso, as melhores do ranking tiveram entre 30 e 550 alunos participando da Prova Brasil. O exame só incluía salas de aula com mais de 30 alunos.

As escolas de Dolcinópolis, que fica a 650 quilômetros da capital e aparece em terceiro lugar no ranking da 4ª série, passaram a usar em 2005 apostilas do grupo COC. Segundo a diretora da escola, Arlete Rossi, isso "trouxe mais conteúdo às aulas". O material padronizado, feito por grandes grupos educacionais - como ainda Objetivo e Positivo - tem se tornado comum em escolas públicas, substituindo os livros didáticos convencionais.

Os rankings feitos com escolas municipais expressam bem a situação das escolas públicas de ensino fundamental porque, desde o fim dos anos 90, as prefeituras de todo o País foram incentivadas a assumir as salas de 1ª a 8ª série. Assim, passaram a receber as verbas do Fundo de Manutenção do Ensino Fundamental (Fundef), que recolhe parte da arrecadação de Estados e municípios e redivide o dinheiro conforme do número de alunos atendidos.

http://www.estado.com.br/editorias/2006/07/07/ger-1.93.7.20060707.16.1.xml

O Estado de S.Paulo

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