Brasil produz série de animação para crianças |
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Publicado pelo Aprendiz 27/07/2006 |
(Cássia Gisele Ribeiro )
A série de animações Juro Que Vi, produzida pela Empresa de Multimeios da Prefeitura do Rio de Janeiro (Multirio), acaba de se tornar o primeiro produto de comunicação a receber o selo Especialmente Recomendado para Crianças e Adolescentes, concedido pelo ministério da Justiça. A série tem como objetivo abordar temas presentes na vida da criança a partir das lendas do folclore brasileiro. "Essa é uma das raras produções feita para crianças em que elas foram realmente ouvidas", conta Regina de Assis, presidente da Multirio.
Assis conta que a idéia é conhecer os problemas que as crianças enfrentam no dia-a-dia e, a partir das ferramentas de mídia, criar abordagens para esses assuntos. "Percebemos que as lendas do folclore eram as que mais se aproximavam desse ideal", conta ela. "Sabemos que a linguagem midiática é parte integrante das práticas pedagógicas e, dessa forma, escolhemos a mídia televisa para fazer a abordagem".
A princípio, crianças de duas escolas participaram do processo de elaboração das animações. A garotada ouviu diversas histórias e discutiu junto aos profissionais da Multirio quais delas poderiam virar um desenho animado. Foram escolhidos três personagens do folclore brasileiro: o Curupira, o Boto, e a Iara.
Segundo a presidente da estatal, essas histórias abordam arquétipos e situações muito presentes no cotidiano das pessoas. "A história do Curupira, que é o protetor das florestas e do animais, envolve questões como o medo, a astúcia, a necessidade de proteção da natureza e a relação com os animais. Já a Iara e o Boto envolvem outros temas, como o amor, a sexualidade, a aparência", conta.
Em sua opinião, os momentos mais marcantes das animações foram elaborados pelas crianças. "As crianças entraram em discussão com os produtores sobre como seriam retratados os trechos mais delicados da história, como o momento em que o Curupira leva um tiro do pescador", conta. Segundo ela, foi um dos garotos que teve a idéia de fazer com que o Curupira transformasse, com seus poderes, a bala em um vagalume.
Atualmente, mais um produto da série está sendo desenvolvido. A próxima animação contará a história de Matinta Perê, uma senhora que, por conta de sua aparência, provocava medo em muitas crianças. Uma garota curiosa decide ir conhecê-la e descobre que ela não só não é uma bruxa, mas é uma doceira excelente. "O ideal de beleza, a importância da aparência em nossa sociedade e também as questões de gênero são muito trabalhadas nessa história. É perfeitamente possível perceber que os protagonistas dos desenhos animados quase sempre são meninos", observa.
As produções estão sendo distribuídas nas escola, para serem usados pelos professores. Além disso, foram transmitidos pelas televisões aberta (Band) e comunitárias. Além do selo do ministério, as produções receberam diversos prêmios, entre eles o de melhor desenho na escolha do público do Anima Mundi e "O Boto" foi escolhido melhor desenho em premiações que aconteceram na Bahia, Ceará e também no Chile.
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