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Jovem não inclui projeto solidário para o futuro


Publicado pelo Aprendiz 03/08/2006

(Alan Meguerditchian)
Planos para o futuro. Ao pensarem sobre o tema, apenas 15%, de um universo de 396 jovens, incluíram algum tipo de inserção solidária entre seus projetos. Mesmo assim, a maior parte indicou tal tendência apenas em situações de identificação direta com aqueles que seriam ajudados, família, por exemplo.

Tal resultado foi obtido pela psicóloga Denise Tardeli para seu trabalho de doutorado, defendido no Instituto de Psicologia, da Universidade de São Paulo (USP), que tinha como objetivo avaliar a formação da personalidade moral de adolescentes. Para isso, a pesquisadora entrevistou jovens de 16 a 18 anos de duas escolas particulares, uma da cidade de São Paulo, outra de Santos, que cursavam a 3ª série do ensino médio.

"O recorte foi definido porque este é um grande momento de virada. Fecha-se um ciclo da vida e abre-se outro. Nele, decisões complicadas são tomadas, relacionamentos afetivos tendem a se intensificar, assim como o distanciamento dos pais. Neste período tão conflituoso, espera-se a reflexão para responder à pergunta: que vida quero viver?", explica Tardeli.

As repostas obtidas preocupam. "Índices maiores indicariam uma sociedade futura com adultos conscientes, com autonomia moral e atuantes", diz. Mas os jovens entrevistados pela pesquisadora não demonstraram isso. "Nesta fase eles já deveriam ter construído valores morais mais fortes, o que indica uma imaturidade egoísta".

Segundo a pesquisadora, a realidade na qual vivem esses jovens contribui para a formação desse egoísmo. "Eles estão em uma sociedade competitiva. O outro é sempre um adversário ou ladrão, o que gera insegurança, descrença e medo. Diante disso, as famosas manifestações idealistas de conquistar o mundo, que deveriam ser próprias desta fase da vida, são individualistas. O desejo de conquista existe, mas de forma virtual nos jogos eletrônicos ou Role-Playing Game, os famosos RPGs, (jogos de estratégias) nos quais eles têm o controle", explica.

Tamanho individualismo reflete nas relações pessoais desses jovens. "O adolescente demonstra a necessidade do outro, mas do outro conhecido. Não existe a intenção de se envolver e se responsabilizar pelo desconhecido. No ficar (relacionamento sem compromisso), por exemplo, não há de fato envolvimento, a não ser a satisfação física. Responsabilizar-se pelo outro ajuda a crescer, mas também faz sofrer e a sociedade hoje busca a felicidade eterna", detalha.

No aspecto profissional a atitude dos jovens entrevistados não é muito diferente. "Não são apontadas profissões específicas, mas 95% manifestam intenção de ter um trabalho, primeiro que dê condições econômicas satisfatórias, segundo que traga felicidade", diz a pesquisadora.

Uma solução para a situação poderia ser aplicada pelas escolas. "Projetos coletivos inseridos no currículo escolar, não só em forma de campanhas, ajudariam. Atividades contínuas, nas quais os jovens vivenciassem a participação e intervenção social são algumas possibilidades. A formação da personalidade moral só se desenvolve a partir de um desencadeador, quer dizer, modelos significativos de pessoas ou ações", completa Tardeli.

http://aprendiz.uol.com.br/content.view.action?uuid=d036591f0af4701000a83a13ff82ea2d

Aprendiz

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