Uma em cada 10 crianças sofre ansiedade patológica |
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Publicado pelo Aprendiz 10/08/2006 |
(Mariana Gallo)
Uma em cada 10 crianças ou adolescentes apresenta algum quadro de ansiedade patológica. A doença geralmente se apresenta na forma de fobia social, preocupação exagerada com julgamento alheio, medo de ficar longe dos pais ou recusa escolar. Com frequência, esse medo é confundido com manha ou falta de empenho e interesse das crianças.
"Muitas vezes os pais demoram a perceber que esses sintomas podem ser sinais da doença", afirma o coordenador do ambulatório de ansiedade da criança e do adolescente, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Fernando Asbahr.
Não existe um fator determinante na causa da doença mas, segundo o psiquiatra, traumas como a separação dos pais ou a inibição extrema da criança podem levar ao desenvolvimento da ansiedade patológica. "É importante lembrar que, no caso da criança muito tímida isso nem sempre significa que ela esteja ansiosa", explica.
Segundo ele, o histórico familiar, genético e hereditário de depressão ou ansiedade também podem influenciar no desenvolvimento da doença. "Quando há casos dessas doenças na família, as chances da criança desenvolver ansiedade patológica são muito grande", afirma o médico.
Asbahr explica que, em muitos casos, a doença só começa a se desenvolver no início da vida escolar quando a criança passa a ter maior convívio social longe dos pais. "No ambiente escolar, ansiedade social e o desânimo escolar são os sintomas do desenvolvimento da doença", afirma. Quando não diagnosticada precocemente, a ansiedade patológica pode prejudicar o adolescente no aprendizado escolar por causa do excesso de faltas, da dificuldade na realização de provas que podem levar à perda do ano letivo.
"A preocupação antecipada com as provas é tão grande que, mesmo conhecendo a matéria, o seu desempenho poderá ser ruim", exemplifica.
A doença pode levar ao Transtorno Compulsivo Depressivo (TOC) ou à depressão. "É muito comum uma pessoa com depressão ter em seu histórico sintomas de ansiedade patológica", alerta o psiquiatra. Criança ansiosa ou com histórico de ansiedade na família tem muito mais chances de se tornar um adulto com depressão do que uma criança tímida.
O tratamento depende do grau de ansiedade da criança, podendo ser feito com uso de medicamentos ou terapia ou, em muitos casos, a combinação dos dois. "Como os sintomas das doenças podem se apresentar de formas variadas, usamos o histórico dela como fonte principal para detectar o tipo de tratamento", explica o psiquiatra.
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