USP elogia projeto do computador de US$ 100 |
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Publicado pelo Universia Brasil 29/06/2006 |
O projeto UCA (Um Computador por Aluno), que estuda a possibilidade de uso de computadores portáteis de baixo custo nas escolas públicas, foi avaliado positivamente e recebeu uma recomendação preliminar de que seja continuado até uma avaliação final.
A sugestão foi feita pelo Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), pelo Cenpra (Centro de Pesquisas Renato Archer) e pela Fundação Certi (Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras), como resultado de uma avaliação da viabilidade tecnológica, econômica e pedagógica, solicitada em setembro de 2005 pelo MCT (Ministério de Ciências e Tecnologias).
O projeto UCA nasceu como um estudo da proposta feita ao governo brasileiro, no início do ano passado, pela organização não-governamental One Laptop Per Child (Olpc - Um Computador Portátil por Criança), ligada ao Massachusetts Institute of Technology, que pretende vender um milhão de computadores portáteis a países que ambicionam ampliar a inclusão digital nas escolas, com custo de US$ 100 por unidade.
Roseli de Deus Lopes, coordenadora da avaliação feita pela USP, disse que independentemente do governo comprar o lote de um milhão de laptops oferecidos pela Olpc, os pesquisadores e educadores brasileiros ganharão grandes possibilidades em pesquisa e desenvolvimento. "Esse protótipo muda paradigmas de aplicações", afirmou a professora da USP.
Mesmo sem os protótipos dos aparelhos, a equipe da USP avaliou a proposta e as placas-mães que serão usadas nos computadores portáteis da Olpc. Uma das principais características desse computador é seu sistema de conexão sem fio, denominado Mesh.
De acordo com avaliação da USP, basta que um computador esteja conectado à Internet para que todos demais aparelhos com mesma tecnologia localizados a uma distância mínima também tenham acesso ao conteúdo online, formando uma rede. "Além de ser portátil, os laptops estarão sempre conectados", explicou a professora da USP.
Como sistema operacional, os computadores usarão um programa de software livre com linguagem Linux, sem custos de direitos autorais. As equipes que avaliam a placa-mãe estudam as possibilidades de desenvolvimento de softwares específicos para uso no Brasil.
Sabe-se que eles não terão um disco rígido para armazenar dados, mas um drive para leitura e gravação de dados em CDs. Assim, o desempenho da máquina está ligado à sua memória de trabalho e aos programas que utilizará.
A principal crítica ao aparelho é o fato de apresentar baixa performance em comparação com computadores portáteis convencionais. Porém, Lopes diz que, dentro das possibilidades, essa é uma boa oportunidade para promover a inclusão digital entre os estudantes brasileiros. "Hoje é tecnologicamente possível se eu quiser ter uma solução portátil e de baixo custo que possa ser utilizada nas escolas", defendeu.
Sobre a possibilidade de produção no Brasil, a pesquisadora avaliou que o país não tem parque tecnológico para produção de aparelhos com os mesmos recursos. "Hoje, seria mais barato comprar esses aparelhos do que montá-los, devido a questões tecnológicas e ao custo com a importação e montagem dos componentes", concluiu.
http://www.universia.com.br/noticia/materia_clipping.jsp?not=32980
Diário do Grande ABC
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