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Educação é antídoto contra o consumismo


Publicado pelo Aprendiz 29/06/2006

Apesar de ter apenas 8 anos, Lucca Egutti Vinni já tem um plano para quando tiver 18 anos: comprar um Honda Civic, modelo de automóvel que adora. No caso de seus pais e responsáveis não terem o dinheiro para bancar esse sonho, ele está se precavendo - economiza quase todo o dinheiro que recebe da família para essa finalidade.

Lucca ainda não tem idade para dimensionar o valor do bem que quer, e nem de saber que provavelmente suas economias não sejam suficientes para comprar o carro. No entanto, para os especialistas em educação financeira, o mais importante é que ele já demonstra claramente noções de planejamento, visão de longo prazo e resistência a consumo imediato.

"Na medida em que a criança cresce, ela vai compreendendo as outras lógicas mais complexas das relações de consumo e certamente estará mais apta a lidar com elas por já ter assimilado esses conceitos básicos", explica Cássia D 'Aquino, especialista em educação financeira, representante sul-americana da International Association for Citizenship, Social and Economics Education (IACSEE), e consultora em escolas e instituições.

Lucca convive com pais que se preocuparam em passar a ele desde os dois anos de idade noções de planejamento financeiro, refletidas em ações concretas como escolhas de brinquedos, tênis ou idas ao Mc Donald's, entre outras situações tipicamente infantis. O garoto participa, ainda, das questões que envolvem dinheiro, como planejamento de viagens, contratação de plano de previdência, e aceita com naturalidade o adiamento de compras devido a situações de aperto. "Ele compreende as situações e até nos ajuda a manter a firmeza", sintetizam Andrea e Marcelo Vinni, madrasta e pai de Lucca.

Lucca ganha presentes melhores apenas três vezes por ano, aniversário, Dia das Crianças e Natal e se satisfaz. "Não fico pensando no presente que irei ganhar. Quando vai chegando perto, escolho o que quero. Às vezes gostaria apenas de adiantar meu aniversário", diz.

A educação financeira tem se tornado uma preocupação freqüente nos dias atuais devido às mudanças socioeconômicas, que apontam para uma crescente instabilidade no trabalho e na remuneração. Ao mesmo tempo, tudo indica que o ser humano irá viver muito mais. Para completar o quadro, é crescente o bombardeio de informações em favor do consumo imediato. "A pressão pelo consumo lança mão de táticas psico-emocionais, permeadas pela idéia de que todos os desejos devem ser satisfeitos, a qualquer custo", analisa Vera Rita de Mello Ferreira, psicanalista e consultora de gestão de vida profissional e financeira.

Vera Rita, que coordena o primeiro e único curso de extensão em psicanálise e psicologia econômica no Brasil, ministrado pelo Cogeae, da PUC-SP, acredita que a educação financeira é um antídoto à perpetuação da desequilibrada situação financeira das famílias atualmente. "A tendência é os filhos repetirem os pais, quando não se atua conscientemente na educação", explica.

O período de inflação no Brasil ajudou a desestruturar a capacidade de planejamento das pessoas e reforçou uma visão imediatista. "Temos o desafio de mudar essa visão", afirma Eduardo Jurcevic, supervisor de investimentos do ABN-Amro, que tem ministrado palestras em diversas escolas sobre finanças pessoais.

Apesar de muitas escolas estarem já se preocupando com a alfabetização econômica, os especialistas acreditam que a melhor maneira de educar é começar em casa. "É preciso mostrar a realidade financeira à criança, sem medo de frustrá-la, pois isso trará bons resultados no futuro", afirma Cássia D'Aquino.

Fazer os cálculos dos gastos mensais e listas de supermercados com as crianças são bons exercícios para estabelecer os limites financeiros de acordo com o orçamento doméstico. Outras oportunidades do dia-a-dia devem ser aproveitadas.
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