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Analfabetismo funcional


Publicado pelo Aprendiz 29/06/2006

(Vanessa S. Nakasato)
O governo federal tem comemorado o ingresso de 96,4% das crianças com idades entre 7 e 14 anos no Ensino Fundamental e 83% dos adolescentes entre 15 e 17 anos no Ensino Médio. Esses números seriam motivo de alegria se não maquiassem uma outra realidade. Entre os alunos que cursam a 4ª série do ensino público, 55% não sabem ler nem escrever. Ou seja, 33 milhões de crianças são analfabetas funcionais.

O analfabetismo funcional é silencioso e traz sérios prejuízos ao país. Além de desestimular a criança que está na escola, ele reduz a empregabilidade e as oportunidades de inclusão social, principalmente entre os mais pobres. Não se trata de pessoas que nunca entraram numa sala de aula. Elas sabem ler, escrever e contar; mas não conseguem compreender a palavra escrita.

Numa visão mais ampla, o analfabetismo funcional tem forte impacto na produtividade e na competitividade nacional. Uma pesquisa feita por um doutorando da USP, no ano passado, calcula em US$ 6 bilhões anuais a queda de produtividade nas empresas, provocada pelas deficiências básicas dos empregados.

Essas deficiências se traduzem, por exemplo, na incapacidade de a pessoa ler e entender um manual de instruções, normas de qualidade e segurança para desenvolver bem seu trabalho ou acompanhar cursos de treinamento que exijam leitura.

Um exemplo prático do problema ocorre em uma montadora de São Bernardo, na qual simples manuais de instruções de equipamentos ou comunicados do departamento de Recursos Humanos tornam-se enigmas indecifráveis para 78,5% dos funcionários de um setor da produção.

"Infelizmente, os números da montadora se repetem em outras empresas do País", lamenta Walter Ihoshi, vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo. De acordo com o INAF 2005 (Índice Nacional de Analfabetismo Funcional), do Instituto Paulo Montenegro - entidade sem fins lucrativos vinculada ao Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) -, 74% da população brasileira é analfabeta funcional.

Segundo o professor-doutor da USP, Issao Minami, a principal causa desse problema é a descontinuidade da educação. O baixo índice de escolaridade e a má qualidade do ensino impossibilitam as pessoas de aprenderem e aperfeiçoarem as técnicas da escrita e da leitura, ferramentas que permitiriam o aprendizado contínuo após a conclusão do ensino formal.

De acordo com Minami, para que o analfabetismo funcional seja erradicado é preciso investir em ensino básico de qualidade. "É necessário aplicar melhor os R$ 41 bilhões dos governos federal, estadual e municipal destinados à educação, por ano, investir em infra-estrutura e, principalmente, na capacitação dos professores. Afinal, são eles os responsáveis pelas boas aulas", finaliza Ihoshi.

http://aprendiz.uol.com.br/content.view.action?uuid=552df2b20af4701001ce669e02596676

Aprendiz

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