Reconstituído o maior dinossauro do País |
|
|
Publicado pelo Universia Brasil 30/08/2006 |
Maxakalisaurus topai tinha 13 metros de comprimento
(Clarissa Thomé)
O Museu Nacional, no Rio, abriga desde ontem um gigante de 13 metros de comprimento. O Maxakalisaurus topai é o maior dinossauro já descrito no Brasil e o primeiro de grande porte a ser reconstituído. Foram quase dois anos de trabalho. O bicho pesava cerca de 9 toneladas e viveu há 80 milhões de anos. Seus ossos foram encontrados em Minas Gerais 12 anos atrás.
A geóloga Karen Goldemberg mapeava rochas quando viu os fósseis às margens da rodovia Campina Verde-Prata, no Triângulo Mineiro. Foram necessárias quatro grandes escavações entre 1998 e 2002 para que os pesquisadores do Museu Nacional, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), retirassem seis toneladas de blocos de pedra contendo os fósseis.
O paleontólogo Alexander Kellner e sua equipe observaram que os fósseis pertencem a uma nova espécie de titanossauro, um tipo de saurópode (dinossauro herbívoro de pescoço comprido e cabeça pequena). Ao batizá-lo, homenagearam a tribo mineira maxakali e Topa, divindade cultuada por esses índios.
"Há mil espécies de dinossauro descritas no mundo. E o Brasil só tem 15. Essa é a quarta espécie de titanossauro encontrada aqui", disse Kellner.
Entre os fósseis, os pesquisadores encontraram parte da arcada superior com dentes. "Pela primeira vez encontramos osso com dentes de um saurópode no Brasil. Isso permitirá comparações com dinossauros de outras partes do mundo."
O M. topai tem vértebra sacral mais achatada, que o difere de outros titanossauros. Essa vértebra também revelou que se tratava de um animal jovem - o osso não estava totalmente consolidado. Kellner estima que o dinossauro adulto pudesse chegar a 20 metros de comprimento.
Marcas de dentes achadas nos ossos levaram os paleontólogos a deduzir que o bicho foi alvo, depois de morto, de dinossauros carniceiros. Ele tinha ainda osteodermas, partes ósseas embutidas no couro, e provavelmente andava em bando (havia alguns ossos de outro dinossauro da mesma espécie nas escavações).
Nas escavações, os pesquisadores encontraram fósseis de crocodilomorfos, moluscos e escamas de peixes, o que indica que havia um lago por ali. Ele foi reproduzido na exposição montada no museu.
PARA CEGOS
Pela primeira vez no Museu Nacional, visitantes cegos encontrarão explicações em braile e poderão tocar réplicas dos ossos. Também haverá um concurso para escolha de apelido para o novo dinossauro. Crianças e adolescentes poderão deixar suas sugestões.
Os estudos foram publicados na sexta-feira no Boletim do Museu Nacional. Kellner chegou a receber propostas de revistas científicas internacionais. "Mas, em caso de atraso da publicação, como eu faria para esconder um bicho desse tamanho?" A pesquisa teve financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio, do CNPq, da Jurassic Foundation e da Dow Corning (fabricante de silicone).
http://www.universia.com.br/noticia/materia_clipping.jsp?not=33042
O Estado de S.Paulo
Para mais informações clique em AJUDA no menu.
|