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Pesquisa revela falta de engajamento da juventude


Publicado pelo Universia Brasil 05/09/2006

Pesquisa mostra que, em sua maioria, adolescentes não estão engajados nas questões sociais. Materialismo e individualismo superam solidariedade

Jovens engajados, lutando por uma causa comum, parecem artigo em extinção. É o que aponta uma pesquisa da universidade de São Paulo (USP), realizada pela pedagoga e psicóloga Denise Tardeli. Para o estudo, foram ouvidos jovens entre 16 e 18 anos, estudantes do 3º ano do Ensino Médio em escolas de classe média.

A pesquisadora aplicou um questionário, no qual os jovens escreveram sobre como seriam suas vidas daqui a dez anos. Havia também três histórias fictícias envolvendo o tema solidariedade. Os entrevistados teriam de responder se promoveriam ações solidárias nos casos apresentados.

"Quando se trata da vida dos jovens, há questões como constituir família ou ter um bom emprego; aspectos materiais, principalmente", destaca a pesquisadora. "Nada envolvendo solidariedade e nenhuma preocupação com questões sociais do País. Eles não abordaram o mundo em que vivem".

Nos três casos onde o tema solidariedade era tratado mais explicitamente, o resultado também foi negativo. Os jovens manifestaram interesse em ajudar apenas alguém próximo, um parente ou um aluno bolsista do colégio que sofresse discriminação, por exemplo. Apenas 15% dos entrevistados manifestaram solidariedade ? um índice muito baixo, de acordo com a psicóloga.

"É necessário um número bem maior para formarmos adultos conscientes", atenta. "A meninada perdeu os vínculos sociais. Crescem na frente de computadores, em condomínios fechados, shoppings e escolas particulares. Estão à parte da realidade do País. Vivem na cultura do individualismo. A era do idealismo onde os jovens eram engajados e lutavam por algo não existe mais".

Mais tempo

Na teoria, o despertar para uma conscientização social viria após o jovem adquirir maturidade, "geralmente após um primeiro emprego ou ao entrar na faculdade", de acordo com Denise Tardeli. Entretanto, "a fase adolescente se perpetua por mais tempo", aponta Brasilmar Nunes, professor de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB).

"Desde crianças, os jovens recebem de suas famílias e da sociedade influências sobre o que é bom e o que é ruim", explica. "Bom seria usar roupa de marca, passear no shopping, morar no Plano Piloto e estudar em escola particular. Ruim é a periferia, o outro".

De acordo com ele, quando se aproximam da fase adulta, os jovens têm a preocupação de passar no vestibular e arranjar um bom emprego para sempre seguir o padrão do bom. "Por isso, não há preocupação com as causas sociais", conclui o professor. "O que há é um individualismo, uma naturalização das diferenças onde o jovem de classe média e alta cresce considerando-se normal".

Nunes denuncia que a criminalização de endereços, ou seja, os preconceitos contra jovens da periferia, por exemplo, ajuda na falta de solidariedade e de conscientização social dos adolescentes de classe média. "Eles não têm clareza sobre as condições sociais de um jovem da periferia", afirma. "Vivem apenas sua realidade".

A pesquisadora Denise Tardeli acredita que as escolas têm uma parcela de culpa no problema. "A política educacional das escolas não desenvolve propostas relacionadas à solidariedade", enfatiza. "Os educadores devem possibilitar aos jovens vivências na sociedade, sair um pouco das salas de aula. A estrutura familiar mudou. Aquela idéia de que os pais são os principais responsáveis pela educação dos filhos não existe mais. Esta responsabilidade passou para o educador".

Tempo de sobra, iniciativa zero

Eles têm entre 14 e 18 anos, estudam pela manhã em escolas particulares e se divertem como podem durante a tarde. Uma roda de amigos, algumas horas com um ou uma ficante ou uma visita às lojas de jogos em rede e pronto. É essa a rotina de uma galerinha de Taguatinga. Eles assumem: tempo têm, e de sobra. Mas, nem assim, se dedicam a alguma causa social.
Leia mais em:

http://www.universia.com.br/noticia/materia_clipping.jsp?not=33140

Jornal de Brasília

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