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Aprender e exercer cidadania


Publicado pelo Aprendiz 27/09/2006

(Sylvio Ayala)
Aprender cidadania é direito inato do ser humano e dever por convicção do ser político. Ter cidadania pode ser simplesmente viver na cidade, a pólis dos gregos, quando criaram a democracia - mas exercê-la é outro movimento. Parte de um senso nobre de justiça e solidariedade que nos leva a pensar e fazer pelo coletivo. Não só elegendo homens públicos de quatro em quatro anos, mas atuando sobre nossas vidas diariamente. Cidadania pede alto grau de lucidez e visão crítica, para a democracia não virar a ditadura da maioria, e para a consciência de cada um não virar isolamento.
Um processo social de aprendizagem que desconsidere formação política está quebrado na sua coluna dorsal. Saber do calor desse tema, do quão necessário é destrinchá-lo, compreendê-lo e torná-lo sedutor, representa um desafio inadiável para os educadores. Incluir essa reflexão nas micro relações, no cotidiano do Aprendiz, tem sido nossa iniciativa nessa direção. Cada oficina cultural, cada área artística estabelece seus sentidos políticos próprios.
Da mesma forma, é corrente aproveitar eventos concretos e atuais para alavancar a discussão política. A bola da vez são as eleições, e não podia ser diferente. Pauta declarada na mídia nacional, os ganchos são claros: nossa postura frente aos veículos de comunicação, a alquimia dos publicitários e candidatos, o advento do voto. Embora a ligação com o momento eleitoral, com democracia ou liberdade de expressão, não precise ser tão evidente para ser eficiente.
Recentemente, recompondo turmas e recebendo gente nova, constatamos que no Aprendiz as crianças e jovens podem fazer escolhas. Aparentemente simples, vale destacar como essa possibilidade é fundamental. O poder de fazer escolhas. De dizer sim ou não, e ser respeitado nessa posição. Acreditamos que, exercendo o livre arbítrio nas questões individuais, nossos Aprendizes chegarão ao livre arbítrio sadio nas escolhas coletivas.
Debater sobre índole, moral, ética, é um ato de complexidade considerável. Ignições do pensamento, mas não só, da alma também, razão mais emoção. Reflexões profundas que começam no âmbito individual, mas só tem sentido quando vividas em grupo. Só tem razão de ser quando pesadas em nossa balança de valores, no que para nós é precioso, respeitável ou deplorável.
A força do cidadão vem da sua consciência, e de como ele a coloca em prática. Decidir por nós mesmos e por aqueles que nos cercam é o que dá sentido ao jogo da vida. Reivindicando o "saber plural", o sociólogo e doutor em ciências sociais Milton Greco aponta: "são homens os condutores de homens, os construtores da história, os produtores de conhecimento, da ciência, do saber, da tecnologia. São homens os produtores do espetáculo humano, ainda o maior espetáculo da terra."
O prazer em decidir e influir no destino é insubstituível, escolhendo o presidente da República ou o sabor do sorvete. Mas a decisão por si só não se consolida, é preciso deliberar e executar o que for decidido, mas aí é outro capítulo. A escolha, o voto, a opção, é o primeiro passo. O que se dá em infinitos momentos e instâncias da vida. Com relação ao embate eleitoral da democracia representativa, o voto consciente sem dúvida é o mais saudável. O voto útil, aquele que prega escolher o menos pior, pode ser alienante. É preciso também respeitar o direito do eleitor de dizer não, com os votos brancos e nulos.
Cabe aos educadores transmitir a energia do pensamento político e, já que neutralidade não existe, oferecer aos jovens e crianças as ferramentas para que decidam como operá-las. Nesse ponto, melhor é uma democracia direta e participativa, onde o povo é protagonista e expressa sua vontade por voto em cada assunto particular. Atitude que nos convida a duvidar de verdades insondáveis e a questionar dogmas. Adesões incondicionais são perigosas, o livre arbítrio será sempre o mais cabível e correto, ainda que contrarie, ainda que não nos agrade.

http://aprendiz.uol.com.br/content.view.action?uuid=eb6aa25d0af4701001ce669ec9632461

Aprendiz

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