Tecnologia brilha nos planetários |
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Publicado pelo Estadão 03/10/2006 |
Estrelas em fibra ótica, computadores gigantes e projetores de última geração criam espetáculo visual do espaço
(FILIPE SERRANO)
Se observar as estrelas no céu já é fascinante, com a tecnologia disponível nos planetários a emoção vai a mil anos-luz. Segundo o diretor-presidente da Associação Brasileira de Planetários (ABP), Fernando Vieira, as cúpulas estreladas do Parque do Ibirapuera, do Parque do Carmo, em São Paulo, e da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro trazem os recursos mais avançados já desenvolvidos para simular o universo.
São fibras óticas para exibir as estrelas. Mais de 40 projetores de planetas, constelações e nebulosas. Vídeos reproduzidos no teto esférico. Imagens panorâmicas criando a paisagem do solo de Marte. Tudo isso controlado por computadores gigantes e softwares criados para proporcionar uma viagem quase real pelo espaço.
Atrás da mesa de controle do planetário do Ibirapuera ficam quatro computadores. Um deles controla os efeitos sonoros e as músicas reproduzidas. Outro é usado só para comandar os movimentos do novo projetor, o StarMaster ZMP. O terceiro PC não precisa funcionar o tempo todo porque serve para operar as exibições de vídeo.
O último computador é o mais importante. Tem um software aparentemente básico, mas imprescindível. Com ele, são feitos os cálculos astronômicos e os controles do espetáculo, como os efeitos de luz e a exibição de planetas, estrelas e constelações. A seqüência de imagens das sessões do planetário também pode ser pré-programada e ficar armazenada para as próximas exibições.
'Com a tecnologia, a coloração e a intensidade do brilho das estrelas são mais precisas, e o céu do planetário, mais fiel', diz Fernando Nascimento, diretor dos planetários de São Paulo.
Existe um outro computador para interligar as máquinas de controle. Ele é maior que uma geladeira. Até o estabilizador dos equipamentos tem quase o mesmo tamanho.
Os projetores do Ibirapuera e do Carmo foram fabricados pela empresa alemã Carl Zeiss. A diferença está no diâmetro da cúpula em que eles podem operar. A do Ibirapuera tem 18 metros e a do Carmo, 20.
Os projetores de estrelas ficam em uma esfera cheia de lentes de cristal ótico. A luz vêm de uma lâmpada de mercúrio e é captada por cabos de fibra ótica desenvolvidos para dar idéia do diâmetro real a olho nu.
Na base da esfera ficam os projetores de planetas e constelações. Já a paisagem de Marte é criada pelos projetores ao redor da cúpula do planetário. 'Eles proporcionam uma verdadeira viagem pelo espaço', afirma Luiz Sampaio, representante da Carl Zeiss no Brasil.
Maria Stella Orsini, 75 anos, é filha do astrônomo Aristóteles Orsini, o primeiro diretor do planetário do Ibirapuera. Ela é uma das únicas pessoas que assistiu à inauguração em 1957 e à nova apresentação agora. 'Em 57, senti mais emoção porque era novidade. Achei que o novo projetor se movimenta menos', diz.
Segundo Mauro Paglione, gerente técnico dos projetores , com o antigo, o céu demorava para avançar ou voltar no tempo. Os motores agora são mais eletrônicos do que mecânicos. 'Dá para ver o céu de mil anos atrás em minutos', afirma.
PANORAMA
No Brasil, existem 24 planetários e 15 projetores móveis, montados em escolas. 'Poderia ter mais, mas já é razoável', diz Vieira, da ABP. São Paulo ainda conta com outro planetário no Aquário de SP.
Ainda existe um projetor feito totalmente no Brasil. Ele fica no planetário de Itatiba (SP), criado pela Sphaera.
Levar um planetário para dentro de casa não é uma ilusão. A Sega Toys já vende um, o Homestar Planetarium. Mas só no Japão
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