Mercadão é transformado em sala de aula |
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Publicado pelo Aprendiz 09/10/2006 |
(Julia Dietrich)
Para melhorar a qualidade da alimentação infantil e integrar a comunidade, o Mercado Municipal de Pinheiros, na cidade de São Paulo, tem servido de sala de aula. Alunos da escola municipal de ensino fundamental Olavo Pezzotti têm sido levados até lá para aprender, por exemplo, que o lugar é uma alternativa de consumo aos hipermercados.
De acordo com a presidenta da Associação de Permissionários do Mercado Municipal de Pinheiros, Aíredes Silva, o projeto busca integrar a comunidade da região com o velho hábito de pesquisar e passear antes de comprar. "As crianças são os nossos consumidores do futuro e são ensinadas, durante a atividade, quais as particularidades que só um mercado de bairro oferece", aponta Silva.
Para ela, o passeio reflete um retorno de curto, médio e longo prazo, pois as crianças voltam para suas casas e comentam com seus pais e vizinhos o que aprenderam. O resultado é que mais pessoas passam a comprar e valorizar o espaço de 4.196 metros quadrados que existe desde 1971 e é diariamente freqüentado por cerca de 400 consumidores.
As crianças de duas turmas da quarta série do ensino fundamental foram acompanhadas por professores da escola e funcionários voluntários do próprio mercado, que também ofereceu um lanche nutritivo. "A refeição continha produtos comercializados no local, como frutas, pães e, claro, as preferidas guloseimas", explica a proprietária da lanchonete e uma das acompanhantes do passeio, Isabel Meirinhos.
O foco do passeio era tanto promover o mercado e os produtos lá oferecidos, quanto divulgar o projeto Alimentação Saudável. Segundo Silva, hoje há um alto índice de obesidade infantil e um exponencial aumento de suas conseqüências, como a diabetes e hipertensão. "As crianças de hoje só comem produtos prontos, e, muitas vezes, de forma compulsiva. É assustador ver a baixa qualidade nutricional da alimentação infantil", observa.
A proprietária do pet shop do mercado e voluntária na mais recente visitação, Rosane Moreno, disse que ficou impressionada com o interesse das crianças pelos alimentos frescos e concluiu que, depois das lojas de animais, os favoritos foram o sacolão e a peixaria. "Muitas das crianças não conheciam polvo, camarão e frutas como a tamarindo". Parte desse desconhecimento se deve ao preço médio dos produtos, como, por exemplo, o do quilo do camarão que varia de R$ 7 a R$ 30, dependendo da espécie.
As crianças conheceram a história do mercado e participaram de uma peça de teatro com a nutricionista Leila Adnan que indicou quais alimentos deveriam constar de uma refeição saudável, balanceando proteínas, carboidratos e vitaminas, sem excluir os doces que também devem existir no plano para a faixa etária. Para Wesley da Silva Júnior, de 10 anos, a melhor parte do passeio foi o personagem Abacaxi que "representava muito bem" e "as verduras que nunca acabam porque têm sempre no estoque".
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