Inclusão não estressa professores |
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Publicado pelo Aprendiz 19/10/2006 |
(Karina Costa)
O fato de um professor trabalhar com a inclusão de alunos com deficiência em sala de aula não o deixa mais estafado profissionalmente. Essa é a principal conclusão da monografia “Esgotamento profissional e inclusão escolar: um estudo com professores da rede pública”, apresentada no curso de psicologia da Universidade São Judas Tadeu. O objetivo do estudo era conferir se professores de inclusão estão mais suscetíveis a desencadear a síndrome de Burnout, causada pelo estresse no trabalho.
“Constatamos que o fator inclusão não é relevante no desencadeamento dessa síndrome. Outros fatores desgastam bem mais esses profissionais - trabalhem eles com inclusão ou não, como baixa remuneração, a não participação dos pais no processo educacional e a grande quantidade de alunos por sala,” explicam as estudantes Elisabeth Granadeiro e Roberta Rosa do Nascimento, realizadoras do estudo.
“Portanto, é necessário que sejam empregadas medidas de prevenção e de fiscalização em virtude dos prejuízos que podem ocorrer tanto na área laboral quanto na vida pessoal dos professores,” defendem as idealizadoras do estudo, feito com 49 professores que lecionam da 1ª a 4ª na cidade de São Paulo, sendo 24 deles, professores de inclusão.
Mesmo com a constatação, outro dado do estudo mostra certo preconceito dos professores em relação aos alunos com deficiência. Num questionário aplicado para o estudo, foi verificado que a maioria acredita não ser de responsabilidade dos professores que lecionam em sala regular, educar alunos com deficiência.
A pesquisa também apontou que, se pudessem escolher, a maioria dos professores não trabalharia com alunos com deficiência em sala de aula. Inclusive, essa resposta partiu de alguns professores voltados para a inclusão.
Há pouco tempo que a sociedade começou a perceber mais as pessoas com deficiência e, desde então, a estudar e propor políticas de inclusão a favor delas. “Talvez por isso que muitos professores ainda pensem dessa maneira. De uma hora para outra eles começaram a receber esses alunos em sala de aula sem ao menos uma preparação para o trabalho,” diz Granadeiro. “Daí, muitas vezes esses educadores pensam: "Se ele não vai aprender mesmo, para que eu vou ensinar?”.
Para concluir o estudo, as estudantes compararam o nível de esgotamento profissional de professores de inclusão e de docentes que não têm alunos com deficiência em sala de aula. Também avaliaram o nível de Burnout – síndrome caracterizada pela exaustão emocional, despersonalização além da diminuição da realização pessoal dos educadores.
http://www2.uol.com.br/aprendiz/guiadeempregos/eficientes/noticias/ge181006.htm
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