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Célula gigante para observação de alunos


Publicado pelo Envolverde 25/10/2006

(Paulo Gama)
Já em 1966, o cineasta Richard Fleischer ensaiava uma aventura por dentro do corpo humano, com o filme A Viagem Fantástica. Navegar pelo sangue de uma pessoa e observar as hemácias ou os leucócitos pelas janelinhas de uma nave reduzida continua sendo só obra de ficção. Mas um projeto do Instituto de Biociências (IB) consegue proporcionar uma viagem bem parecida, e até mesmo, mais específica: uma visita pelo interior de uma célula animal, ampliada 130 mil vezes.

O projeto faz parte das atividades de difusão do Centro de Estudos do Genoma Humano (CEGH), que durante os meses de setembro, outubro e novembro, leva uma estrutura celular com 40m³ a 16 colégios (15 públicos e um particular) para observação de alunos do ensino médio. Dentro dessa célula gigante, os estudantes recebem informações e entram em contato com estruturas como ribossomos, mitocôndrias, complexo de golghi e até mesmo um núcleo – dentro do qual podem olhar moléculas de DNA.

“O fato de a célula ser invisível para os alunos do ensino médio torna o tema abstrato para eles; tudo o que eles não podem ver, fica complicado de entender. A idéia foi levar ao aluno essa sensibilização, colocá-lo dentro duma estrutura tridimensional, grande, bonita, colorida, que chama a atenção. Não é um tema simples para eles captarem”, conta a professora Eliana Déssen, coordenadora do projeto e principal responsável pelas explicações para os curiosos e atentos alunos, que passam cerca de cinco minutos dentro da estrutura gigante. A célula foi planejada pelo biólogo e artista plástico Jorge Oiakawam e confeccionada basicamente com isopor, lycra e espuma.

“Nossa! Eu sou tão pequenininha e cabe tudo isso dentro de mim?”, brincou uma garota do primeiro colegial da Escola Estadual Vila Bela, local da visita do dia 19 de outubro, no bairro de São Matheus, extremo leste da capital paulista. “A curiosidade dos alunos é muito grande. Quando eles sabem que tão dentro de uma célula, eles ficam bem interessados. Mas dá para perceber que o público é bem variado: muita gente se interessa bastante e outros só dão uma passada. Mas todos acabam assimilando alguma coisa”, conta o pós-graduando Silvio Higa, que, junto com outros alunos de graduação e da pós do IB, faz o trabalho de monitoria no projeto.

Além da atração gigante, as visitas levam aos colégios uma série de estandes com explicações sobre o funcionamento das estruturas vistas no “passeio” por dentro da célula. “Vendo o lúdico, o aluno consegue fazer as associações de um jeito mais fácil. Só falando, ele nem sempre consegue entender”, diz a professora de biologia da escola Vila Bela, Rosemir Silva. “Eles se interessam mais pela atividade e pelos jogos, que são dinâmicos, do que se fosse algo para ficar escrevendo ou lendo”, completa Sílvio. Um dos estandes explica como 1,5 metro de DNA cabe dentro de uma só célula. Em outro, os alunos brincam com sabão e estruturas plásticas, para entenderem melhor o funcionamento da membrana celular.

Como estratégia para incentivar uma maior interação dos alunos com as atividades, o grupo do IB capacita alguns estudantes da própria escola para serem monitores em certos estandes. Clayton dos Santos, aluno do 2° colegial, foi o monitor de uma das atividades: uma versão adaptada do conhecido jogo “cara a cara”, em que os alunos precisam descobrir qual é a célula estampada na carta que o adversário tem na mão. “De tanto o pessoal perguntar e eu explicar, acabei aprendendo! Já sei tudo que tem em cada célula”, disse.

Para Eliana, o mais importante do projeto é que “a visita não termina na hora da visita”. “Alguns professores tiram fotos e tem a intenção de usá-las cada vez que forem falar de determinada estrutura, para resgatar, como ferramenta de visualização. A gente espera que o efeito da visita prossiga”, diz. Os alunos concordam: “se tivesse isso todo ano, com todas as matérias, a gente ia ficar bem! Ia aprender bem mais”, garante João Batista, aluno do segundo colegial.

http://www.envolverde.com.br/materia.php?cod=23818&edt=8

Envolverde/Agência USP

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