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Vc sab flr asim?


Publicado pelo Aprendiz 07/11/2006

(Julia Dietrich)
A internet é um meio que congrega muitos jovens e adultos em um espaço invisível, mas que está lá, que existe e interfere nos grupos sociais e na sociedade diariamente. Com ela, o mundo rompeu suas fronteiras. É possível ver a televisão local da Suécia, ouvir uma rádio neozelandesa ou mesmo trocar longas conversas pelas salas de bate-papo com um japonês.

Entretanto, com o advento dessa nova forma de comunicação surgiu uma nova linguagem, chamada por usuários e pesquisadores de internetês ou bloguês ou mesmo orkutês, fazendo referência ao site de relacionamentos orkut. O internetês se caracteriza por uma linguagem escrita que suprime vogais e acentuação, na tentativa de aproximá-la da linguagem verbal.

Muitos professores condenam a prática dessa nova linguagem, afirmando que ela prejudica a compreensão e o uso da língua culta. Outros pesquisadores, como por exemplo, o doutorando em lingüística aplicada Marcelo Buzato acreditam que o internetês tem peculiaridades interessantes que devem ser observadas. Em entrevista exclusiva ao site Aprendiz, ele explica que essa linguagem já está bastante inserida em determinadas parcelas da população mundial.


Aprendiz: Como se formou a linguagem da internet (o internetês)?

Marcelo Buzato: Como toda linguagem, o internetês (ou bloguês ou orkutês) surge no seio de uma comunidade de prática, isto é, surge na comunicação entre pessoas que têm um interesse ou objetivos em comum, pessoas que compartilham problemas ou projetos durante um tempo longo, e necessitam negociar sentidos. Com o tempo, essa comunidade vai organizando e produzindo um conjunto particular de usos de linguagem que a distingue de outros grupos e comunidades. Isso vale tanto para comunidades profissionais, grupos religiosos, comunidades indígenas, etc, como também para os jovens que "praticam" a internet, e que têm interesses, problemas e normas de comportamento compartilhadas. O que essa linguagem tem de especial é que ela utiliza uma forma de mediação nova e específica - o meio digital, as ferramentas da comunicação mediada por computadores -, que, ao mesmo tempo, impõe restrições que a comunidade deve contornar criativamente, e abre possibilidades expressivas novas, das quais a comunidade se apropria e que vai sofisticando ao longo do tempo.

Aprendiz: Porque ela surgiu?

M.B.: Pela mesma razão que surgem a linguagem dos médicos, o "economiquês", a linguagem das prisões, a linguagem acadêmica, etc. Isto é, porque as pessoas dessas comunidades praticam a linguagem de forma particulares, condizentes com os meios disponíveis, interesses, valores e necessidades do seu grupo. Num sentido mais simples, pode-se dizer que ela nasceu da necessidade de "falar" por escrito, isto é, via teclado, e que incorporou estratégias de fontes variadas (o português falado, o inglês, a linguagem telegráfica, a ASCII Art, a linguagem da TV, etc.) a que os jovens têm acesso.

Aprendiz: Por quem é utilizada?

M.B: Não tenho dados estatísticos sobre isso, mas, por experiência e observação, o maior parte dos usuários é jovem e tem entre 10 e 30 anos. São urbanos com níveis de escolaridade e renda bastante variável. Mas é interessante notar que mesmo pessoas fora desse perfil acabam utilizando algumas estratégias ou alguns itens lexicais dessa linguagem em suas práticas. Eu, por exemplo, tenho amigos adultos, "caretas" que, quando me escrevem um e-mail, usam supressão de vogais - por ex. tb, vc, abs - ou emoticons, como [] ou ;) . Isso, na verdade, tem a ver não só com "ser jovem", mas também com o fato da comunicação "escrita" nesses novos meios ter a característica de emular a velocidade, agilidade e a informalidade da fala, de ser um tipo de "escrita" menos monitorada. "Vc aprende com alguém e sai usando tb ;-)."

Aprendiz: Muitos professores condenam a utilização do internetês pelos jovens. Ele prejudica o desempenho escolar?
Leia mais em:

http://aprendiz.uol.com.br/content.view.action?uuid=be2fca2a0af47010017f11fb26333665

Aprendiz

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