Amazônia funciona como reservatório de carbono |
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Publicado pelo Envolverde 09/11/2006 |
(Thaís Brianezi)
O Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA) está fazendo o balanço do carbono na bacia Amazônica, que deve ser concluído em 2008. Mas os resultados preliminares já ajudam o Brasil a enfrentar a polêmica entre cientistas e negociadores internacionais sobre o papel da floresta na manutenção do equilíbrio climático.
“O que nós fizemos até o momento aponta para algo em torno de meia a uma tonelada de hectare de absorção positiva de carbono por ano”, disse o coordenador regional do LBA, Flávio Luizão. “Precisamos combinar isso com uma grande expedição científica programada para o início do próximo ano. Mas não acredito que o resultado será muito diferente”.
Embora seja popularmente chamada de "ar condicionado do planeta", o funcionamento da Amazônia como reservatório de carbono, ajudando a combater o aquecimento global, é questionado por algumas pesquisas.
“O fato é que há uma variabilidade muito grande, de acordo com a área da Amazônia que se estuda”, ponderou Luizão. “Enquanto regiões ao sul do Amazonas, que fazem transição com o Cerrado, têm uma emissão basicamente igual à absorção, outras áreas mais secas, como Santarém, emitem mais carbono que absorvem. Mas, no geral, a absorção é positiva”.
Luizão contou que o LBA começou a ser desenhado no Rio de Janeiro, durante a Eco-92, a partir das discussões sobre aquecimento global. O que se pretendia era entender o funcionamento da floresta e sua relação com as mudanças do uso da terra e do clima. Com 1,2 mil pesquisadores cadastrados, o programa já gastou cerca de US$ 80 milhões em pesquisas desde 1998, quando entrou em funcionamento.
A maior parte dos recursos veio da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), mas atualmente o principal financiador é o governo brasileiro. Neste ano, o LBA está sofrendo com a falta de verbas: o orçamento aprovado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia é de R$ 2,4 milhões - R$ 1,6 milhão a menos que o mínimo necessário para o funcionamento pleno do programa.
Comprovar a importância da Amazônia para o equilíbrio climático ajuda o Brasil a defender a proposta que está apresentando no Quênia, na 12ª Conferência das Partes (COP-12) da Convenção sobre Mudanças Climáticas. Em termos gerais, ela prevê uma contribuição voluntária dos países desenvolvidos aos países em desenvolvimento que conseguirem reduzir suas taxas de desmatamento.
http://www.envolverde.com.br/materia.php?cod=24421&edt=34
Agência Brasil
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