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Educação que vem de berço


Publicado pelo Aprendiz 16/11/2006

Cerca de 88% das crianças com até 3 anos de idade estão fora de creches no Brasil, segundo dados da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. O número reflete o descaso do poder público e de toda a sociedade em relação à educação infantil, apesar de a legislação brasileira, desde 1996, considerar o ensino infantil - creches e pré-escolas - como a primeira etapa da educação básica. Estudos científicos também já comprovaram a importância da educação e do cuidado nos primeiros anos de vida de uma criança. No entanto, como afirma o coordenador da Campanha, Daniel Cara, ainda falta muito para que se reconheça a educação infantil como um direito das crianças e de suas famílias.

Nesse contexto, a Campanha e o Movimento Interfóruns da Educação Infantil no Brasil (Mieib) lançaram, em outubro, um livro com resultados da pesquisa Consulta sobre Qualidade da Educação Infantil. Além de promover a reflexão sobre o tema, o trabalho buscou captar o que crianças, pais, professores e profissionais pensam sobre o que é uma educação infantil de qualidade.

Foram ouvidas mais de mil pessoas, incluindo 254 crianças de 4 a 6 anos, de creches e pré-escolas comunitárias, públicas, privadas e sem fins lucrativos do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais, Pernambuco e Ceará. Segundo Daniel Cara, o estudo aborda vários aspectos do universo da educação infantil em diferentes regiões do Brasil. "A pesquisa trouxe resultados que não necessariamente surpreendem, mas que reforçam o que outros estudos já verificaram e o que os ativistas e profissionais do meio observam em suas atividades cotidianas", observou.

Para ele, um dado importante foi a revelação de que mais de 10% dos adultos que trabalham nas creches e pré-escolas apresentam escolaridade muito baixa e apenas 21% possuem curso superior. Ao mesmo tempo, 45% dos pais encontram-se no menor nível de instrução e apenas 6% possuem graduação. "Muitas crianças convivem em casa, na comunidade e nas instituições de educação infantil com adultos que apresentam níveis bastante baixos de escolaridade, encontrando na creche ou na pré-escola o mesmo contexto pouco letrado que caracteriza seu ambiente de origem e tendo poucas oportunidades de desenvolver novas habilidades e ter acesso a conhecimentos diversificados e interessantes", lamentou, acrescentando que "essa é uma realidade que requer políticas e ações de orientação e supervisão pedagógica voltadas para as equipes que atuam nas creches e pré-escolas".

Para a professora Sílvia Helena Vieira Cruz, da Universidade Federal do Ceará e co-autora do relatório técnico final da Consulta, as concepções do que é uma creche e uma pré-escola de qualidade refletem a própria história da educação infantil. "A origem assistencial da creche manifesta-se mais fortemente nas respostas que associam esse objetivo às famílias mais pobres. A creche nasceu como uma forma de assistência social e de apoio às famílias mais pobres, principalmente às mães que trabalham", contou. Segundo ela, o "desenvolvimento integral das crianças" foi mencionado principalmente por integrantes das equipes das instituições, mas chamou a atenção dela a relativa pouca importância atribuída à aquisição de conhecimentos. "Parece que não há clareza a respeito da importância da ampliação dos conhecimentos sobre o mundo natural, humano e cultural, que são objeto da curiosidade e do interesse das crianças nessa fase de vida. A análise das respostas mostra que essas concepções trazem junto a preocupação com o preparo para a escolaridade futura e para o mundo do trabalho", informou.
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http://aprendiz.uol.com.br/content.view.action?uuid=e7a7f0f70af47010001989b5b1bf57e1

Revista do 3º Setor

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