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Procura-se espaço conjunto


Publicado pelo Aprendiz 21/11/2006

(Michel Metzger)
A calorosa troca de idéias ocorrida no Seminário Tecendo Redes entre Maria do Carmo Brant de Carvalho, coordenadora geral do CENPEC, e Guiomar Namo de Mello, ex-secretária de educação de São Paulo, nos fizeram refletir sobre os múltiplos espaços de aprendizagem e as tarefas básicas da escola. Maria do Carmo contextualizou de forma brilhante os principais pontos de uma educação integral contemporânea e terminou questionando se a escola consegue dar conta do recado sozinha, ou seja, sem a participação da comunidade. Guiomar, por sua vez, defendeu uma escola que cumpra a sua tarefa básica - o aprendizado da leitura, escrita e aritmética - destacando o papel fundamental da família nessa empreitada. A aparente contradição entre as duas posições pode ser melhor compreendida segundo o modelo criado por Joyce Epstein e sua equipe de estudos sobre parcerias da escola, família e comunidade na Universidade John Hopkins.

Estes pesquisadores mostram que, quando a escola amplia o espaço compartilhado com a família e a comunidade, abrem-se novas possibilidades de êxito. No centro desse trabalho está a teoria das três esferas sobrepostas, ou seja, se considerarmos as esferas de influência da escola, família e comunidade podemos afirmar que, quanto maior a sobreposição delas, maiores as chances de sucesso de seus alunos, tanto do ponto de vista acadêmico quanto como cidadãos. Por outro lado, quando escolas, famílias e comunidades falam línguas diferentes e isoladas, menores as chances de sucesso para suas crianças e jovens. Um alerta deve ser feito: diante desta teoria, a sobreposição das esferas tem um limite, porque o espaço próprio de cada uma delas deve ser respeitado.

Além da sobreposição das esferas, a "língua" de cada uma delas é criada a partir da relação entre seus valores e suas práticas. Internamente, cada esfera possui sua história, seus valores e suas práticas. Portanto, quanto mais se entrelaçam histórias, valores e práticas entre a escola, família e comunidade, suas mensagens são mais consistentes e harmônicas. Isso pode ser visto na prática: quantas vezes sabemos sobre crianças que abandonam a escola por seus pais acharem o estudo dispensável? Nesta situação, podemos ver que valores conflitantes, muitas vezes, são prejudiciais ao desenvolvimento das crianças.

As portas de diálogo entre escola, família e comunidade levam ao último elemento desta teoria que aponta para seis tipos de ações entre as três esferas. Estas ações representam as formas de contato ideais para a criação de parcerias entre os elos. Não que existam apenas estes seis, mas através deles podemos criar formas de comunicação, trocas e aprendizagem entre todos os envolvidos.

Voltando ao Seminário "Tecendo Redes para a Educação Integral", posso afirmar que as visões aparentemente opostas entre a Guiomar (escola-família) e a Maria do Carmo (comunidade-escola) são complementares na visão de Joyce Epstein (escola-família-comunidade). Da mesma forma, os saberes básicos defendidos por Guiomar e os saberes do século XXI defendidos por Maria do Carmo são contemplados segundo as necessidades locais no modelo de gestão das ações proposto por Epstein.

No próximo artigo, veremos com mais detalhes os seis tipos de conexões que ligam escola, família e comunidade e como elas podem gerar ações unindo as três esferas.

http://aprendiz.uol.com.br/content.view.action?uuid=f6acb9eb0af47010001989b575910dc6

Aprendiz

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