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Família tem problemas ao tratar anorexia e bulimia


Publicado pelo site da USP 15/12/2006

Problemas financeiros, frustração de sonhos e apoio na religião são alguns dos desdobramentos por lidar com um paciente com distúrbio alimentar na família, foi o que mostrou um doutorado da Escola de Enfermagem (EE) da USP


(...)as famílias demoram, em média, cinco anos para descobrir a doença da filha e o desenvolvimento de um transtorno alimentar ocorre a partir da interação entre fatores biológicos, psicológicos, familiares e culturais. No entanto, as mães entrevistadas apontaram, quase sempre, a televisão e as amigas como culpadas pela doença da filha.

Cuidar de uma pessoa com distúrbio alimentar pode levar a família do enfermo a sérios problemas que vão desde dificuldades financeiras até o desgaste de relacionamentos e frustração de sonhos. Isso foi o que mostrou a tese de doutorado Família e transtornos alimentares: uma forma singular de estar no mundo, da professora Lucia Helena Grando, defendida recentemente na Escola de Enfermagem (EE) da USP.

Lucia estuda distúrbios alimentares desde 1981, quando começou a trabalhar na enfermaria Infantil e de Adolescentes do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da USP. A idéia de abordar a família em sua tese surgiu como conseqüência do amplo aparecimento do tema em seu mestrado, que trata de transtornos alimentares e do cuidar em enfermagem. "Num primeiro momento, o tema família surgiu de forma espontânea nos relatos, como um grupo social primário que faz cobranças e que, como elemento formador, tem participação na origem do distúrbio. Em seguida, o tema aparece já encaminhado para a compreensão da família como elemento mantenedor do transtorno alimentar", conta. "Queríamos mostrar como a família vê a doença, o que sente e como trata", explica.

A pesquisadora realizou seis entrevistas com mães de pacientes. O estudo envolveu famílias que tiveram a vivência de pelo menos uma internação psiquiátrica, parcial ou integral, o que, de certa forma, aponta para a gravidade do caso. Lucia lembra o relato de Iara, nome fictício dado a uma das entrevistadas: "Mas no começo, no auge mesmo da doença, ela chorava muito, muito depressiva... muito violenta... falava com ela e ela agredia... gritava... o que tinha na mão atirava.... então, era muito difícil, muito difícil mesmo...". Lucia conta que esta mãe só descobriu que a filha tinha anorexia quando de sua internação no IPq com 28 quilos.

Segundo a professora, as famílias demoram, em média, cinco anos para descobrir a doença da filha, e o desenvolvimento de um transtorno alimentar ocorre a partir da interação entre fatores biológicos, psicológicos, familiares e culturais. No entanto, as mães entrevistadas apontaram, quase sempre, a televisão e as amigas como culpadas pela doença da filha.

Características
Distúrbios alimentares não são problemas exclusivamente femininos. A anorexia, que acontece na proporção de 20 mulheres para cada 1 homem, é caracterizada por um quadro no qual a pessoa está pelo menos 15% abaixo do peso corporal normal, mantém o regime apesar da magreza, se vê gorda mesmo estando magra e, em mulheres, existe a ausência de 3 ciclos menstruais consecutivos. Já na bulimia, distúrbio em que a pessoa tende a apresentar períodos em que se alimenta em excesso e, para compensar, exercita-se de forma excessiva ou vomita o que come, a proporção registrada é de 9 para 1.

Trabalhar com um esquema compensatório e normalmente praticar horas de exercícios depois de se alimentar, constituí-se uma outra categoria de bulimia menos conhecida e menos vista como distúrbio: a purgativa. "Tive uma paciente que fazia 9 horas por dia de exercícios", conta Lucia.

O estudo mostrou também que as famílias tendem a confundir os sintomas e tratá-los de formas distintas ao invés de juntá-los, o que evidenciaria os distúrbios alimentares. Além disso, muitas vezes, a vontade de não comer é vista como rebeldia juvenil. "Só levam ao médico quando vêem problemas físicos, ou quando a pessoa já está esquelética", complementa a professora.

Para melhor detectar o problema, a pesquisador

http://www.usp.br/agen/repgs/2006/pags/261.htm

Agência USP notícias

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