Estudo: passado e futuro ligados no cérebro. |
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Publicado pelo Portal Terra Notícias 03/01/2007 |
Nossa capacidade de tecer fantasias sobre o futuro está intimamente ligada a nossa aptidão para evocar o passado, e pode inclusive depender dela, de acordo com um estudo divulgado nesta segunda-feira, que pode explicar aspectos pouco conhecidos da amnésia.
Estas descobertas saíram de uma pequena pesquisa na qual foram comparadas as atividades cerebrais de voluntários que haviam evocado acontecimentos pessoais do passado, como um aniversário e, em seguida, imaginado momentos semelhantes no futuro.
A análise cerebral dos 21 estudantes que participaram da pesquisa revelou "uma surpreendente coincidência total" nas regiões cerebrais utilizadas por ambos os processos, disseram os pesquisadores.
"Nossas descobertas apóiam a idéia de que a memória e o pensamento sobre o futuro estão muito interrelacionados e podem explicar porque o pensamento sobre o futuro pode ser impossível sem memória", disse Karl Szpunar, principal autor do estudo e estudante de doutorado em Psicologia na Universidade Washington de Saint Louis, Missouri (centro).
Este fenômeno pode ser explicado em parte pelo fato de que os padrões de atividade vistos nestas regiões do cérebro sugerem que os contextos visual e espacial para as imagens mentais sobre o futuro são retirados de experiências do passado, especialmente no que se refere a movimentos do corpo, disseram os pesquisadores.
Além disso, nos questionários do teste, os estudantes disseram que haviam concebido suas imagens sobre o futuro em um contexto de lugares familiares (casa e colégio) e pessoas conhecidas (amigos e família), algo que pode requerer a reativação dessas imagens nas redes neurais responsáveis pelo armazenamento e recuperação de memórias autobiográficas.
Esta descoberta pode explicar porque as pessoas que sofrem de amnésia, uma condição que inclui diversos graus de perda de memória, não podem fantasiar imagens vívidas de si mesmas no futuro, embora possam conceber o futuro em sentido abstrato, disse Kathleen McDermott, coautor e professor de Psicologia da Faculdade de Medicina da Universidade Washington.
O estudo foi publicado na revista Proceedings da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1326413-EI298,00.html
Terra Notícias
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