> Sistema Documentação
> Memorial da Educação
> Temas Educacionais
> Temas Pedagógicos
> Recursos de Ensino
> Notícias por Temas
> Agenda
> Programa Sala de Leitura
> Publicações Online
> Concursos & Prêmios
> Diário Oficial
> Fundação Mario Covas
Boa tarde
Quarta-Feira , 15 de Maio de 2024
>> Notícias
   
 
Perigo nas calçadas


Publicado pelo site do Jornal da Tarde 16/01/2007

Aproveitar o verão para caminhar seria um ato saudável se não houvesse tantos obstáculos pelo caminho


Quem gosta de aproveitar o calor do verão para caminhar pelas calçadas da Cidade, contemplando tranqüilamente a paisagem, corre riscos sérios. As inúmeras irregularidades que obstruem os caminhos dos pedestres - especialmente os idosos - podem provocar ferimentos graves. Como aconteceu com Célia Santos, de 62 anos, que, caminhando pelo Centro, pisou em uma falha da calçada e caiu em cima do braço. Passou por duas operações, sofreu muitas dores com tratamentos de fisioterapia - sem contar com a espera nas filas dos consultórios médicos - e ficou mais de seis meses parada por conta do infortunado acidente.

De acordo com dados do Hospital das Clínicas (HC), 12% dos pacientes que procuram a unidade de ortopedia da instituição sofreram acidentes caminhando. A situação das calçadas paulistanas é ainda mais cruel com as pessoas que necessitam de cadeiras de rodas para se locomover. Estimativas apontam que 70% delas são obrigadas a se fechar dentro de casa, impossibilitadas de enfrentar tantos desníveis, depressões e falhas.

Especulação

De acordo com o arquiteto Caio Boucinhas, professor de pós- graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, uma das causas dos perigos impostos pelas calçadas da Cidade fica por conta da especulação imobiliária. Os construtores e investidores costumam aumentar o leito carroçável , ou seja, a faixa dos carros ganha espaço e a parte para os pedestres e para as árvores fica menor. Além disso, como em São Paulo o número de carros aumenta em 500 por dia, as ruas se tornam insuficientes para recebê-los e, automaticamente, a pista para os veículos aumenta e o espaço para o pedestre diminui.

As calçadas da Avenida Paulista, largas e planas, seriam perfeitas se nelas não existissem as bancas de jornais exageradamente grandes, com mais de 40 metros quadrados, verdadeiros minishoppings, onde se vende de tudo, para atrapalhar a passagem dos pedestres. Somam-se às bancas as enormes lixeiras, árvores e postes. E a circulação de pedestres acaba estrangulada e o fluxo, interrompido.

Aí nascem as especulações. Dizem que o ponto de uma dessas bancas custa cerca de 200 mil dólares. E formam-se as máfias. Na boca do povo, se propaga que tem muito vereador participando de negociações por baixo do pano.

Ainda existem as concessionárias, como a Eletropaulo, Sabesp (água e esgoto), Comgás e empresas de telefonia, que trabalham com o subsolo. Um exemplo: a Sabesp faz uma ligação, quebra a calçada e, na hora de executar o remendo, não deixa a superfície no mesmo nível de antes. A calçada fica irregular, formando os indesejáveis degraus que derrubam o pedestre.

Para o arquiteto e paisagista Raul Pereira, criar condições de fácil acessibilidade é extremamente necessário. Segundo o especialista, a Prefeitura deve tomar medidas radicais - embora básicas -, como obrigar os donos de estabelecimentos e de construtoras a, pelo menos, obedecer às normas existentes para a construção das calçadas.

A primeira e mais importante, no entanto, é reservar obrigatoriamente uma faixa livre mínima e regular de 1,50 m de largura. E, em seguida, selecionar e adotar alguns tipos de piso de fácil adequação do uso do solo, além de padronizar, regularizar e fiscalizar todas as calçadas de São Paulo.

Mas como viabilizar esse plano em larga escala se os custos de substituição das calçadas são, por lei, de atribuição do munícipe, já sobrecarregado com a enorme carga de taxas e impostos? Segundo a Prefeitura, a responsabilidade pela construção e manutenção das calçadas é mesmo do proprietário do imóvel. Cabe à Administração fiscalizar e autuar as irregularidades.

Uma idéia seria incentivar a criação de cooperativas de pequenos mestres - os calceteiros - especializados em recuperar e fazer a manutenção das calçadas. Esta medida traria uma outra grande vantagem, a de gerar empregos.

Se alguém tiver alguma denúncia sobre calçadas irregulares deve ligar para o telefone 156 ou procurar a subprefeitura do seu bair

http://txt.jt.com.br/editorias/2007/01/16/ger-1.94.4.20070116.2.1.xml

Jornal da Tarde

Para mais informações clique em AJUDA no menu.

 





Clique aqui para baixar o Acrobat Reader