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Grupo liga 30 genes a doença auto-imune


Publicado pelo site O Estado de São Paulo 22/01/2007

Quando falham, eles permitem que o corpo passe a atacar a si mesmo

Doenças auto-imunes - quando o organismo se volta contra si mesmo - envolvem uma luta inglória: são debilitantes, provocam um sentimento de profundo estranhamento no paciente, como se ele não controlasse seu próprio corpo, e não têm cura. Porém, um novo estudo pode aproximar cientistas de terapias definitivas ao desvendar segredos desse processo: um conjunto de genes envolvidos diretamente na (in)capacidade de o organismo auto-regular-se.

É como abrir uma caixa-preta, comemoram os pesquisadores, ligados ao Instituto Whitehead de Pesquisa Biomédica, nos Estados Unidos. Eles ligaram genes envolvidos em doenças como artrite reumatóide e diabete tipo 1 ao sistema que dirige o sistema imunológico.

As doenças auto-imunes têm origens complexas, com vários fatores envolvidos. Mas agora os cientistas dão um passo importante para conhecer mais detalhes do processo que faz o corpo encarar órgãos e tecidos normais como inimigos.
O trabalho está disponível no site da revista científica Nature (www.nature.com). Nele, o grupo descreve um conjunto de 30 genes que transmitem diretrizes para as células de defesa, os linfócitos T. Numa pessoa sadia, elas funcionam como soldados que atacam vírus, bactérias e outros agentes nocivos. Os estrategistas são os linfócitos T reguladores, que determinam a atividade dos soldados.

As instruções são definidas por um gene com nome de agente secreto, o Foxp3 - que, por sua vez, controla o grupo dos 30. São eles que indicam com qual intensidade o ataque deve ser feito e quem é o inimigo.

FOGO AMIGO

Assim como num campo de batalha, nem sempre o melhor plano é seguido à risca dentro do corpo. Se o mentor da estratégia falha, todos os seus subordinados caem em cascata.

É o que acontece em pessoas com doenças como artrite reumatóide, lúpus e diabete tipo 1. Em algum momento, o sistema imunológico entra em colapso.

“Os genes controlados pelo Foxp3 parecem estar envolvidos em um espectro relativamente amplo de funções desempenhadas pelas células T”, explica o principal autor do estudo, Alexander Marson. Se o Foxp3 pára de funcionar, os outros 30 genes sentem o efeito e não passam as informações corretas para a frente. Uma conseqüência extrema é uma síndrome rara chamada Ipex, quando uma mutação no Foxp3 leva à falta de linfócitos T reguladores. Os pacientes desenvolvem uma série de doenças auto-imunes em muitos órgãos na infância.

No caso das patologias comuns, como a esclerose múltipla, o efeito parece ser muito mais sutil, ligado ao mal funcionamento do estrategista T, não a sua total ausência. “Alguns dos 30 genes podem não operar nessas doenças”, diz Marson.

Esse grupo de genes pode apresentar mutações em diferentes combinações maléficas para o organismo. Ao invés de atacar o agente nocivo, ele passa a ver o corpo como inimigo.

CÓDIGO ABERTO

A identificação dos 30 genes foi feita pela tecnologia de microarray: o genoma inteiro das células T foi vasculhado, até que os genes controlados pelo Foxp3 fossem destacados.
Destes, um em particular chamou a atenção dos cientistas: o Ptpn22, relacionado anteriormente a diabete tipo 1, artrite reumatóide, lúpus e doença de Graves. Segundo Marson, outros companheiros dele são candidatos à mesma associação com doenças auto-imunes.

Uma mutação no Foxp3 não é a única causa genética para o problema. “Em doenças auto-imunes, muitos genes estão envolvidos, cada um deles se expressando em pequena proporção e, atuando em conjunto e de maneira coordenada, provocam o fenótipo auto-imune”, diz Geraldo Passo, coordenador do Laboratório de Imunogenética Molecular na USP de Ribeirão Preto. “Outros genes, que controlam a severidade da doença, parecem estar implicados.”

http://www.estado.com.br/editorias/2007/01/22/ger-1.93.7.20070122.1.1.xml

O Estado de São Paulo

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