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Sociologia ou filosofia, eis a questão


Publicado pelo site do Jornal da Tarde 31/01/2007

A partir do segundo semestre de 2007, todas as escolas do Brasil passarão a oferecer as disciplinas filosofia e sociologia em duas aulas por semana durante um dos três anos do Ensino Médio. No entanto, há muitos cidadãos que ainda desconhecem a importância dessas disciplinas no processo de aprendizagem dos alunos.

É neste contexto que Tom Dwyer, presidente da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS), em entrevista ao JT, traz exemplos práticos de como a formação humana dos jovens é essencial para a melhoria da qualidade da Educação brasileira e esclarece as diferenças básicas entre filosofia e sociologia.

JT: Qual o papel da sociologia no Ensino Médio?

Dwyer: O desafio do ensino de sociologia é fazer com que o Brasil seja uma sociedade mais inteligente, capaz de produzir trabalho para todos os cidadãos e de fazer entender a complexidade da sociedade, com o intuito de fazê-la funcionar melhor. Na prática, por exemplo, cito aquele jovem que tem alguma dificuldade no trabalho e acaba levando para o lado pessoal: se ele pudesse entender que este tipo de conflito existe em todo o lugar do mundo ele provavelmente encararia suas dificuldades de outra maneira. Esse é o papel da sociologia, promover essa reflexão da sociedade.

Até o ano passado, as escolas podiam optar entre filosofia, sociologia ou psicologia no currículo do 3ª ano do Ensino Médio. Qual a diferença entre as disciplinas?

A psicologia não pretende estudar a complexidade das mudanças sociais no mundo, como o fato da globalização estar afetando as coisas no meu bairro, por exemplo. A sociologia, sim. Já a filosofia é o estudo do indivíduo, o que é muito diferente de sociologia, que estuda os agregados. A filosofia trata das questões mais antigas da Humanidade como a diferença entre o bem e o mal e a busca pela verdade.

Na sua opinião, o Brasil está preparado para atender à demanda da obrigatoriedade da sociologia no currículo do Ensino Médio?

Neste momento vivemos o desafio de escolher qual tipo de sociologia deve ser adotado no currículo do Ensino Médio. É impossível garantirmos que em 2008 teremos um currículo de sociologia estruturado, mas agora temos de promover a reflexão para buscar o caminho para a introdução da sociologia.

Que tipo de reflexão seria essa?

Promover uma discussão, cuja a participação dos jovens e dos professores das redes pública e privada seja garantida.

Mas como é essa sociologia voltada para o Ensino Médio?

O Ministério da Educação (MEC) já tem uma pequena lista de livros didáticos sugeridos pela Sociedade Brasileira de Sociologia, mas, na minha opinião, a sociologia a ser ensinada no Ensino Médio deve estar em harmonia com a Lei de Diretrizes e Bases, pois se optarem por aquele modelo antigo que nada tem a ver com o construtivismo, o sistema educacional vai ter de lidar com um problema de paradigmas. É por essa razão que, além se sociólogos, profissionais da área de metodologia de ensino também estão envolvidos nesta questão.

Será que aqueles alunos de Ensino Médio que trabalharam o dia todo estarão preparados para assistir a uma aula de sociologia no período noturno?

A China é um dos nossos maiores concorrentes, então é preciso levar para os jovens de Ensino Médio a reflexão de como nós, brasileiros, podemos enfrentar essa nação. Esse é só um exemplo para mostrar o que a sociologia ensina, pois há muita gente falando abobrinha sobre a China, que é um país com uma complexibilidade enorme e população 8 vezes maior que a do Brasil e conseguiu sair da miséria. São questões como esta que devem ser levantadas nas aulas de sociologia.

Qual é a metodologia ideal para ensinar sociologia no Ensino Médio?

Isso eu não posso responder em nome da Sociedade Brasileira de Sociologia, mas acredito que a boa educação deve se organizar em torno das quatro aprendizagens fundamentais estipuladas por Jacques Delour, especialista do Unicef, que são conhecidas como os pilares do conhecimento: 1) aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos da compreensão; 2) aprender a fazer, para poder agir sobre o meio

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Jornal da Tarde

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