As novas velhas praças do Centro |
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Publicado pelo site do Jornal O Estado de São Paulo 02/02/2007 |
Com a reforma concluída da Sé e a prometida da República, gastamos sola em um passeio pelas dez principais praças da região central
Fábio Marton e Nathalia Lavigne
Talvez seja mesmo coisa do passado ver velhinhos e crianças dando milho aos pombos nas praças do Centro. Os tempos românticos se foram, mas as praças históricas da região ganham ares renovados com reformas já feitas, em execução ou previstas para breve. É fato que alguns problemas persistem - o maior deles, digamos sem pudores politicamente corretos, a paisagem degradada de alguns entornos, além de tipos suspeitos e pedintes que se alojam em qualquer local e deixam seus rastros. Ainda assim, as novidades, como o novo visual da Praça da Sé, podem ser uma boa razão para você redescobri-la e a outras nove praças da região central - à pé, de preferência. A Sé foi 'reaberta' no dia 25 passado, aniversário da cidade, com um perfil mais plano - esculturas novas, espelho d'água e calçamento refeito -, ganhou bancos e sua pequena área verde tornou-se mais transitável. Foram investidos 4,1 milhões de dólares e nove meses de obras que tornaram possível algumas cenas até então improváveis por ali: a reportagem encontrou famílias a passeio, câmeras fotográficas e até crianças de bicicleta. A Sé abriga um comércio bem popular, com uma padaria, 23 lanchonetes, seis farmácias e várias lojas de medicina fitoterápica - ervas e garrafadas mesmo. A doceria La Romana (nº 92, 3242-0717) tem doces 'diet' e outros nem tanto, e a farmácia Alberto Seabra (nº 282, 3107-0093) vende cosméticos, fitoterapia e homeopatia. Claro, não podemos nos esquecer da Catedral da Sé (3107- 6832), o ponto mais importante do local, com a impressionante arquitetura e a cripta histórica que pode ser visitada de manhã. Sobre a Praça fala o padre Renato Cangianeli: 'A Sé nunca foi uma praça para passear. Desde que eu era criança, morando lá no Bom Retiro, era apenas meu caminho. Com as reformas, a paisagem melhorou bastante, ficou mais bonita, transitável e, aparentemente, mais segura'.
Vizinha à Sé está uma praça que nem parece praça. A movimentada mas modestíssima João Mendes se resume a um canteiro de concreto e uma calçada mais larga. O que vale ver por ali são suas lojas: o Sebo Messias (nº 166, 3104-7111) tem milhares de livros a escolher (uma loja só para a seção jurídica), vinis, CDs, DVDs e até peças de utilidades domésticas antigas (eis a chance de recuperar sua vitrola). A Padaria Santa Tereza (nº 150, 3101-5667), ao lado, é atração municipal por sua canja.
Se a caminhada seguir pela Quintino Bocaiúva e ignorar diversas atrações semelhantes às da praça anterior e passar pelo comércio popular como o da Sé, na Rua Direita, vamos à árida Praça do Patriarca - que mais parece largo do que praça. A praça em si não tem coisa alguma além da marquise de Paulo Mendes da Rocha, nem um banquinho que seja. Temos ali do Edifício Lutetia (nº 56 a 96, prédio da Faap que não abriga nenhuma exposição no momento). A inauguração da Livraria Martins Fontes
(nº 78, 3106-9133) - aberta ao público a partir desta segunda-feira - promete ser uma opção para uma parada estratégica: 'A inauguração oficial será depois do carnaval, quando vamos abrir também um café nos fundos da livraria', diz Evandro Martins Fontes, que resolveu investir numa livraria em um local dominado pelos sebos. A Galeria Prestes Maia, ou Masp Centro, continua sem nenhuma atração, mas é uma opção agradável de trajeto para quem vai descer ao Vale do Anhangabaú.
Seja por ele ou pelo Viaduto do Chá, chega-se dali à Praça Ramos de Azevedo, que tem um excelente trabalho de jardinagem e uma (raridade) fonte funcional. Com sombras dando sopa, mas quase sem lugar para sentar - dos seis bancos ao sol, bem de frente para o Vale, dois estavam quebrados - o jeito é reparar na bela arquitetura do Teatro Municipal (3223-3022), em obras até julho, ou descansar no charmoso Shopping Light (3154-2299), operando no prédio da antiga companhia de energia.
Saindo da Praça Ramos pela Rua Barão de Itapet
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O Estado de São Paulo
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