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Consultoria externa para avaliar alunos


Publicado pelo Site do Jornal O Estado de São Paulo em 01/03/2007

Colégios contratam consultoria externa para avaliar alunos
Em três anos, dois grandes institutos avaliaram 200 escolas, metade no Estado de São Paulo

Simone Iwasso

Colégios particulares de ensino fundamental e médio começam a recorrer a consultorias e institutos de educação para encomendar avaliações externas de desempenho. De uma maneira geral, pode-se dizer que seria uma espécie de Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) - aplicado pelo Ministério da Educação em uma amostra de escolas do País - só que privado e customizado. Nos últimos três anos, dois grandes institutos do tipo avaliaram quase 200 escolas, metade no Estado de São Paulo.

Apesar de cada instituto ter um procedimento, as avaliações incluem verificação de conteúdo acadêmico (provas aplicadas aos alunos de conhecimentos lingüísticos, raciocínio lógico-matemático e ciência), das estratégias pedagógicas e de como os professores transmitem o conteúdo em sala, do material escolar e da infra-estrutura. Há um questionário enviado aos pais, outro aos funcionários e outro ainda aos alunos, com perguntas sobre tolerância, violência, educação sexual e uso de drogas.

“É uma avaliação muito complexa, global. Cada item está lá por um motivo, cada pergunta é elaborada para avaliar uma competência”, explica Myriam Tricate, diretora do Colégio Magno e do Instituto Idéia, especialista em avaliação pedagógica. “Em alguns colégios, o processo é muito tranqüilo, em outros há nos professores o medo da avaliação.”

A recomendação dos institutos é repetir a cada dois anos o processo, para terem tempo de entender os resultados e implementar medidas para modificar o que não estava de acordo com o esperado. O valor de cada avaliação fica entre R$ 3 mil e R$ 5 mil.

Em Porto Alegre, o Colégio Israelita Brasileiro, cujos alunos no ano passado tiveram o melhor desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do Estado, a experiência ajudou a direção a modificar o ensino de matemática. “Estamos num processo de mudança e de aprimoramento na escola, por isso buscamos uma avaliação externa. Uma avaliação feita por nós não daria a dimensão que queríamos, que é saber como está nossa posição atual e o aprendizado dos alunos em relação às outras instituições”, afirma Mônica de Carvalho, diretora do colégio, que contratou o Instituto Avalia para fazer o processo.

“Com os resultados, formamos um grupo para modificar o ensino de matemática, já que o desempenho dos alunos, apesar de estar acima da média, está abaixo do que consideramos excelente.”

A experiência fez com que Mônica levasse a sugestão ao Sindicato das Escolas Particulares do Rio Grande do Sul. A proposta foi aceita e, em março, a rede particular do Estado fará uma avaliação alternativa em conjunto. A idéia, ressalta, é o uso interno dos resultados, e não propaganda.

Justamente para manter esse caráter, uma das cláusulas do contrato entre as consultorias e os colégios é a manutenção do sigilo - quem encomenda pode divulgar, se quiser, os dados obtidos; o instituto se compromete a não abrir os nomes de seus clientes. “Muitas nem gostam de contar que fazem”, diz Myriam.

Esse processo é uma mudança no paradigma das escolas, afirma Francisco Soares, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista em avaliações. “O professor sempre esteve acostumado a pensar no que ele tem de ensinar, mas não se o aluno está aprendendo”, diz. “E a realidade das escolas particulares está mudando. Não há mais tantos alunos quanto antes. Elas precisam mostrar o que têm a oferecer.”

A educadora Silvia Collelo, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) também ressalta a mudança de mentalidade envolvida nas avaliações externas. “Há uma crítica que entende isso como uma forma empresarial, um pensamento de mercado. Mas acho saudável e responsável. Algumas coisas apenas o olhar externo pode mostrar. Muitas vezes a avaliação interna apenas reforça o que a escola pensa. É importante a imparcialidade”, diz.

http://www.estado.com.br/editorias/2007/03/01/ger-1.93.7.20070301.1.1.xml

Jornal O Estado de São Paulo

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